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Após morte do presidente do Chade, seu filho presidirá o Conselho Militar de Transição

O presidente do Chade, Idriss Déby Itno, que estava no poder há 30 anos, morreu nesta terça-feira (20) em consequência dos ferimentos que sofreu durante uma operação militar contra os rebeldes no norte do país, anunciou o exército, que prometeu organizar eleições livres após um período de transição de 18 meses

AFP
20/04/2021 às 15:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 00:54

O presidente do Chade, Idriss Déby Itno, que estava no poder há 30 anos, morreu nesta terça-feira (20) em consequência dos ferimentos que sofreu durante uma operação militar contra os rebeldes no norte do país, anunciou o exército, que prometeu organizar eleições livres após um período de transição de 18 meses.

Um de seus filhos, Mahamat Idriss Déby Itno, de 37 anos e comandante da guarda presidencial, vai dirigir o Conselho Militar de Transição encarregado de substituir o presidente, de acordo com um comunicado militar.

Os insurgentes, por sua vez, reafirmaram sua vontade de atacar a capital N"Djamena.

"O presidente da República, chefe de Estado e comandante das Forças Armadas, Idriss Déby Itno, acaba de dar o último suspiro, defendendo a integridade territorial no campo de batalha. Com grande amargura anunciamos ao povo chadiano sua morte, em 20 de abril de 2021", afirmou o general Azem Bermandoa Agouna ao ler um comunicado na televisão pública.

O funeral está marcado para sexta-feira e depois será sepultado em sua região natal no Extremo Oriente, anunciou a Presidência.

O Conselho Militar de Transição, presidido pelo general Mahamat Idriss Déby, "garante a independência nacional, a integridade territorial, a unidade nacional, o respeito dos tratados e acordos internacionais e garante a transição durante um período de 18 meses", anunciou o porta-voz do exército.

"Uma vez finalizado período de transição, novas instituições republicanas serão instauradas para organizar eleições livres, democráticas e transparentes", completou.

Deby, de 68 anos e militar de carreira, chegou ao poder em 1990 após um golpe de Estado e havia acabado de ser reeleito para um novo mandato de seis anos, com quase 80% dos votos, segundo os resultados parciais publicados na segunda-feira à noite.

A Assembleia Nacional e o governo foram dissolvidos, as fronteiras fechadas e um toque de recolher foi instaurado.

A França, ex-potência colonial, destacou nesta terça a importância de uma "transição pacífica" no país.

Paris "destaca a importância de que a transição aconteça em condições pacíficas, em um espírito de diálogo com todos os atores políticos e da sociedade civil", afirmou a Presidência francesa em um comunicado.

Ministros e oficiais de alta patente haviam informado que o chefe de Estado compareceu no sábado e domingo à frente de batalha, onde o Exército enfrentava os rebeldes, que iniciaram uma ofensiva a partir de sua retaguarda na Líbia no dia das eleições, em 11 de abril.

Na segunda, o Exército do Chade afirmou que matou mais de 300 rebeldes, envolvidos em uma incursão no norte, e que cinco militares faleceram em combate. O governo afirmou que a situação estava sob controle.

O grupo rebelde Frente pela Alternância e a Concórdia no Chade (FACT) anunciou no domingo em um comunicado que "liberou a região de Kanem", norte do país, cenário dos combates de sábado.

Nesta terça-feira, os insurgentes prometeram invadir N"Djamena e rejeitaram "categoricamente" o Conselho Militar de Transição, presidido por um filho do falecido presidente, disse seu porta-voz à AFP.

"Rejeitamos categoricamente a transição (...) e continuaremos a ofensiva", afirmou Kingabé Oguzeimi de Tapol, porta-voz do FACT, contatado por telefone em Libreville.

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