INTERNACIONAL

Após pandemia, vendedores ambulantes voltam às ruas na China

Em meio à crise econômica, os vendedores ambulantes retornaram às ruas das cidades chinesas incentivados pelas autoridades, embora a polícia continue a dificultar suas vidas

AFP
11/06/2020 às 10:28.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:54

Em meio à crise econômica, os vendedores ambulantes retornaram às ruas das cidades chinesas incentivados pelas autoridades, embora a polícia continue a dificultar suas vidas.

A China, o primeiro país atingido pelo novo coronavírus, está se recuperando gradualmente da pandemia que afundou a economia e deixou milhões de trabalhadores desempregados.

Para sobreviver, os mais vulneráveis propõem comida, roupas, brinquedos ou até coelhos vivos nas ruas.

Como Wang Zhipin, de 72 anos, instalado em uma passagem subterrânea de Pequim, procurando desesperadamente clientes para suas meias.

"Os negócios não estão bons", lamenta esse idoso da província central de Henan, que trabalhava com limpeza.

"Não tenho outra renda e minha saúde está ruim e não posso continuar limpando o chão", explica ele à AFP.

O primeiro-ministro Li Keqiang elogiou em um discurso no mês passado os vendedores ambulantes que permitiram, segundo ele, a criação de 100.000 empregos em uma grande metrópole no sudoeste, enquanto o país enfrenta uma explosão de desemprego.

"A economia de rua e os pequenos comércios são importantes fontes de emprego (...) e são tão vitais para a China quanto as lojas de luxo", disse ele.

As declarações de Li foram interpretadas como um sinal verde para o retorno das barracas de rua, proibidas nas grandes cidades em nome da modernidade e da concorrência nos shoppings.

Mas muitos vendedores ambulantes enfrentam o zelo da polícia que levou anos para tirá-los das ruas, às vezes com violência.

"Comecei a vender crepes esta semana, mas eles já me expulsaram quatro vezes", diz uma mulher que prefere não revelar seu nome, em um bairro no leste de Pequim.

O primeiro-ministro "é um alto funcionário comunista. Por que a polícia seria contra esse desejo do Partido Comunista?", pergunta.

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