INTERNACIONAL

Argentina endurece confinamento em Buenos Aires e periferia até 17 de julho

A Argentina estava prestes a completar 100 dias de confinamento, quando o governo anunciou nesta sexta-feira (26) um endurecimento das medidas de quarentena de 1 a 17 de julho em Buenos Aires e região metropolitana, onde se concentram mais de 90% dos casos de COVID-19 do país

AFP
26/06/2020 às 19:15.
Atualizado em 27/03/2022 às 00:26

A Argentina estava prestes a completar 100 dias de confinamento, quando o governo anunciou nesta sexta-feira (26) um endurecimento das medidas de quarentena de 1 a 17 de julho em Buenos Aires e região metropolitana, onde se concentram mais de 90% dos casos de COVID-19 do país.

"Vamos fechar novamente a Área Metropolitana de Buenos Aires (AMBA) para que a circulação diminua drasticamente, para reduzir infecções e a demanda por leitos", disse o presidente Alberto Fernández em uma mensagem divulgada por todos os canais de televisão.

"A partir de 1º de julho, pediremos a todos que se isolem em suas casas", disse Fernández, ao renovar pela sétima vez a quarentena que começou em 20 de março.

A decisão é tomada em meio a um crescimento exponencial nos contágios, com 1.167 mortes em 52.444 casos confirmados.

A ocupação de leitos de terapia intensiva atinge 54% na AMBA, onde vivem 14 milhões de pessoas, quase um terço da população do país, com 44 milhões de habitantes.

Em outras províncias o isolamento social já foi relaxado.

"Segundo uma pesquisa, um em cada cinco argentinos não é a favor do confinamento. Todos os argentinos gostariam de não precisar se isolar. Gostaríamos também que a economia estivesse funcionando melhor do que estava funcionando", acrescentou o presidente.

A pandemia do novo coronavírus atingiu a economia mundial, mas afeta particularmente a Argentina, em recessão desde 2018 e em negociação com os credores para a troca da dívida por cerca de US $ 66 bilhões em títulos.

Após mais de três meses de confinamento, o Fundo Monetário Internacional prevê para este ano uma queda de 9,9% do Produto Interno Bruto do país que fechou 2019 com aumento da pobreza (35%) e inflação em alta (53%).

O governo argentino destacou que decretar uma quarentena precoce "permitiu salvar vidas" porque achatou a curva de contágios e deu tempo para fortalecer a infraestrutura de saúde.

Nas últimas semanas, a quarentena havia sido gradualmente relaxada, em parte devido a medidas tomadas pelo governo e também diante da crescente necessidade econômica que, apesar dos subsídios do Estado, levou muitos a violar as restrições.

A circulação de automóveis tornou-se quase normal durante o dia em Buenos Aires, onde governa o opositor Horacio Rodríguez Larreta. Muitas lojas foram abertas e caminhadas ou corridas eram permitidas durante a noite, aglomerando dezenas de pessoas em alguns parques.

A periferia, que depende do governador da província de Buenos Aires, o pró-governo Axel Kicillof, também mostrou uma circulação crescente.

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