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Armazenar carbono, solução milagrosa para os industriais, quimera para as ONGs

Solução milagrosa ou quimera impossível para combater as mudanças climáticas? As técnicas de captura e armazenamento de carbono interessam muito aos industriais, mas esta tecnologia ainda precisa superar muitos obstáculos técnicos e financeiros, assim como as críticas das ONGs

AFP
09/12/2020 às 06:19.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:54

Solução milagrosa ou quimera impossível para combater as mudanças climáticas? As técnicas de captura e armazenamento de carbono interessam muito aos industriais, mas esta tecnologia ainda precisa superar muitos obstáculos técnicos e financeiros, assim como as críticas das ONGs.

A captura e o armazenamento de carbono (CCS na sigla em inglês) implica em capturar CO2 em usinas de produção de energia que utilizam combustíveis fósseis ou instalações industriais dos setores de siderurgia, cimento, química ou petroquímica.

Uma vez capturado, o CO2 pode ser transportado e reinjetado em depósitos herméticos (antigos campos de petróleo, por exemplo) para seu armazenamento definitivo.

Em alguns casos, também pode ser reutilizado (neste caso, denomina-se Captura, Uso e Armazenamento de Carbono ou CCUS).

O processo não é novo e a primeira instalação foi implantada no Texas no começo dos anos 1970.

Mas apesar do interesse nesta tecnologia, só existem 20 instalações em todo o mundo, segundo o Global CSS Institute.

A Agência Internacional de Energia (AIE) acredita que tem um enorme potencial e que é uma tecnologia "crítica" para alcançar os objetivos de neutralidade de carbono na luta contra o aquecimento global.

"Após anos de lentos progressos, os novos incentivos ao investimento e o fortalecimento dos objetivos climáticos estão voltando a dar impulso à CCUS", indica.

A AIE contabilizou mais de 30 projetos nos últimos três anos, uma cifra relativamente pequena.

Segundo a agência, a CCUS responde ao problema das indústrias pesadas, difíceis de descarbonizar, como as de produção de cimento.

Os produtores de hidrocarbonetos veem esta técnica como uma forma de melhorar o uso do gás natural para produzir eletricidade ou hidrogênio.

A chamada Oil and Gas Climate Initiative (OGCI), que reúne grandes companhias do setor, pôs a CCS entre suas prioridades.

As grandes companhias petroleiras, como BP, Equinor, Shell e Total são pioneiras no desenvolvimento desta tecnologia. As três últimas estão associadas em um projeto gigante na Noruega para armazenar CO2 sob o Mar do Norte.

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