INTERNACIONAL

AstraZeneca defende sua vacina anticovid enquanto UE disputa doses com Reino Unido

O laboratório AstraZeneca defendeu nesta segunda-feira (22) sua vacina anticovid, rejeitada por alguns países da Europa, afirmando que tem uma eficácia de 100% para prevenir as formas graves da doença e não aumenta o risco de coágulos sanguíneos, após testes clínicos realizados nos Estados Unidos

AFP
26/03/2021 às 16:33.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:38

O laboratório AstraZeneca defendeu nesta segunda-feira (22) sua vacina anticovid, rejeitada por alguns países da Europa, afirmando que tem uma eficácia de 100% para prevenir as formas graves da doença e não aumenta o risco de coágulos sanguíneos, após testes clínicos realizados nos Estados Unidos.

Esta vacina é mais barata e fácil de armazenar do que muitas de suas concorrentes, mas seu uso foi questionado quando vários países europeus e de outras partes do mundo suspenderam sua distribuição na semana passada por casos isolados de coágulos sanguíneos.

Também está no centro de uma disputa entre Londres e a União Europeia (UE), após o bloco ameaçar proibir as exportações para o Reino Unido, a menos que a empresa entregue mais de 90 milhões de doses que concordou em fornecer no primeiro trimestre de 2021.

O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, disse que tal movimento seria "muito retrógrado", enquanto o líder britânico instou a União Europeia a não cumprir sua ameaça.

"Estamos todos enfrentando a mesma pandemia, todos temos os mesmos problemas", disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson na segunda-feira, pedindo "colaboração internacional".

A disputa gira em torno de uma fábrica na Holanda que ainda aguarda a aprovação oficial da UE, mas que ambas as partes afirmam ser uma futura fornecedora de vacinas AstraZeneca.

As campanhas de vacinação são vistas como fundamentais na luta para acabar com uma pandemia que deixa mais de 2,7 milhões de mortos desde que surgiu na China no final de 2019.

Também são o caminho mais provável para acabar com os confinamentos e as restrições que continuam paralisando as economias dos países.

Mais de 430 milhões de doses foram distribuídas em todo o mundo, principalmente nos países mais ricos, enquanto muitos países pobres ainda não receberam uma única vacina.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, denunciou na segunda-feira a "grotesca" lacuna vacinal, a chamando de "escândalo moral".

E embora a demanda por vacinas continue alta, a confiança do público na fórmula desenvolvida pela anglo-sueca AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford sofreu um golpe na Europa.

A maioria dos entrevistados nos principais países europeus - incluindo Alemanha, França, Espanha e Itália - desconfiam da segurança da vacina da AstraZeneca, segundo uma pesquisa do YouGov realizada entre 12 e 18 de março.

Na segunda-feira, a Islândia disse que ainda não retomaria as vacinas da AstraZeneca após suspendê-las no início deste mês.

Mas a agência reguladora europeia e a OMS insistem que a injeção do AstraZeneca é segura e que não há evidências de riscos de formação de coágulos. A França e a Alemanha retomaram a vacinação.

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