A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen anunciou neste sábado(20) o lançamento de ataques aéreos para apoiar as forças pró-governo e conter o avanço dos rebeldes houthis na cidade de Marib, o último reduto do governo
A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen anunciou neste sábado(20) o lançamento de ataques aéreos para apoiar as forças pró-governo e conter o avanço dos rebeldes houthis na cidade de Marib, o último reduto do governo.
A medida é tomada um dia depois de um ataque de drones a uma refinaria de petróleo em Riad, reivindicada pelos houthis, e quando os rebeldes - apoiados pelo Irã - fizeram progressos significativos em torno de Marib, capturando uma montanha estratégica.
A agência de notícias oficial saudita publicou imagens dos ataques aéreos da coalizão, dizendo que a ofensiva visava "frustrar a tentativa da milícia Houthi de avançar sobre Marib via Kassara".
Kassara é uma das linhas de frente do noroeste da cidade de Marib, o último reduto do governo no norte. A coalizão, que entrou no conflito do Iêmen em 2015 para defender o governo em guerra, disse que conseguiu destruir equipamentos militares Houthi, incluindo tanques, e infligir "pesadas baixas".
A televisão Al Masirah, controlada por rebeldes, relatou 38 ataques aéreos na região de Marib. Um funcionário do governo confirmou à AFP que a coalizão havia lançado pelo menos 20 ataques.
A guerra civil entre as forças do governo e os rebeldes Houthi é travada desde 2014. Desde fevereiro, os rebeldes pressionam para tomar Marib.
Paralelamente à batalha de Marib, os rebeldes multiplicaram os ataques ao território saudita nas últimas semanas, apesar dos esforços do governo norte-americano de Joe Biden para reativar as negociações de paz que estão paralisadas.
A coalizão anunciou neste sábado que havia destruído um drone que carregava explosivos sobre a cidade-sede de Khamis Mushait, no sul da Arábia Saudita, de acordo com a agência oficial saudita SPA.
"Esses ataques devem parar", exortou a União Europeia em um comunicado, no qual condena o ataque à refinaria de petróleo saudita.
"A escalada em curso dentro e em torno do Iêmen mina os esforços do enviado especial da ONU (para o Iêmen, Martin Griffiths, ndlr), atrasa a perspectiva de uma solução para o conflito e aumenta a instabilidade regional", disse a UE.
A Rússia também condenou "veementemente" neste sábado o ataque com um drone que causou um incêndio na refinaria de petróleo saudita, e que foi reivindicado pelos rebeldes houthis no Iêmen.
"Moscou condena veementemente este ato de força", disse o Ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado.
"Instamos veementemente todos os participantes do conflito do Iêmen a observar estritamente o direito internacional e a renunciar de imediato e totalmente às operações militares que resultem na destruição da infraestrutura civil", destacou.