EM PIRACICABA

Aumenta a incidência de casos de caxumba

Total de doentes supera a quantidade apurada em 2015

Adriana Ferezim
adriana.ferezin@gazetadepiracicaba.com.br
23/06/2016 às 12:06.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:11

A caxumba provoca o aumento das glândulas salivares, geralmente de forma bilateral (Divulgação)

A incidência de pessoas com caxumba está aumentando em todo o Estado e, em Piracicaba, está acometendo mais jovens. A quantidade de registros da doença na cidade, neste ano, de janeiro até esse mês, foi de 28 casos, sendo 12 em pessoas com idades entre 20 e 29 anos. O total de doentes supera a quantidade apurada em todo o ano passado, que teve 21 notificações. No Estado, o número registrado no primeiro semestre de 2016, até o dia 16 de junho, é o maior desde 2008. Balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado ontem, informa que foram contabilizados 842 casos. Entre 2009 e 2015, o número variou, no ano inteiro, entre 118 (2014) e 671 (em 2015). Em todo 2008, foram 3.394 registros. A Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que desde o ano passado, tem aumentado o número de casos de caxumba em todo o Brasil entre adolescentes e adultos jovens, devido à migração do vírus para outras faixas etárias, por isso, a Secretaria da Saúde orienta: “aqueles que não receberam a tríplice viral que procurem o posto de saúde mais próximo para a vacinação”. Quando ocorre dois casos da doença em um ambiente, já é considerado surto pela secretaria e medidas de bloqueio, como vacinação das pessoas que tiveram contato com os doentes, são adotadas. Neste ano, foram contabilizados sete surtos na cidade e os 28 casos. Os surtos ocorreram em escolas e empresas e tem acometido mais adolescentes, jovens e adultos, porque as crianças estão vacinadas. De acordo com a secretaria, foram diagnosticados com caxumba três crianças com menos de 10 anos de idade, cinco entre 10 e 19 anos de idade, 12 entre 20 e 29 anos de idade, três entre 30 e 39 anos de idade, três entre 40 e 49 anos de idade e dois entre 50 anos de idade ou mais. Como a notificação da doença não é obrigatória, pode ser maior o número de casos no Estado. “Quando é confirmado um caso em uma escola, por exemplo, imediatamente as carteiras de vacinação das crianças são analisadas e todos os alunos que não estiverem em dia com a vacina tríplice viral são imunizados ou recebem a dose de reforço. Os casos podem ocorrer em qualquer período do ano, mas são mais frequentes no inverno e na primavera”, informa a secretaria municipal. Mulheres grávidas e suspeitas de gravidez não podem tomar a vacina contra a caxumba. Vírus provoca doença O CVE do Estado informa que a caxumba é causada pelo vírus RNA. Provoca o aumento das glândulas salivares (parótidas), geralmente bilateral. “A caxumba é transmitida pelo contato direto do indivíduo suscetível com a pessoa infectada por meio de gotículas de secreção da orofaringe. A doença pode cursar com pleocitose do líquido cefalorraquidiano, presente em mais de 50% dos acometidos, porém menos de 10% dos casos podem evoluir com sintomas de meningite viral. Uma complicação comumente reportada na puberdade é a orquite, que é a inflamação aguda ou crônica do testículo, e quando não tratada adequadamente pode levar à impotência ou à esterilidade”.

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