INTERNACIONAL

Autoridades da região etíope de Amhara negam 'atos de limpeza étnica'

As autoridades da região etíope de Amhara rejeitaram nesta quinta-feira (11) as acusações de "limpeza étnica" no Tigré, termo usado no dia anterior pela primeira vez pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Anthony Blinken

AFP
11/03/2021 às 12:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:18

As autoridades da região etíope de Amhara rejeitaram nesta quinta-feira (11) as acusações de "limpeza étnica" no Tigré, termo usado no dia anterior pela primeira vez pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Anthony Blinken.

No início da semana, responsáveis da administração interina implementada pelo governo etíope no Tigré - região do norte do país, palco de combates desde novembro - acusaram as forças da vizinha Amhara de ter expulsado milhares de habitantes das terras do oeste do Tigré, reivindicadas pela etnia amhara.

Em um discurso parlamentar na quarta-feira, o secretário de Estado Blinken disse que as forças ali presentes deveriam "se abster de violar os direitos humanos da população do Tigré ou de cometer atos de limpeza étnica como os vistos no Tigré ocidental".

Vários relatórios mencionaram também as tropas da vizinha Eritreia, que nega sua presença militar, nos assassinatos em massa na região do norte da Etiópia.

Tanto a Etiópia quanto a Eritreia negam a presença de tropas eritreias no Tigré.

Em entrevista com a AFP nesta quinta-feira, o porta-voz do governo regional de Amhara, Gizachew Muluneh, chamou de "propaganda" as acusações de limpeza étnica, assim como os supostos deslocamentos em grande escala da população no Tigré.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, prêmio Nobel da Paz, lançou em novembro uma campanha militar após culpar o partido governante na região, o Frente de Libertação Popular do Tigré (FLPT), pelos ataques contra acampamentos do Exército.

Ele contou com o apoio de forças regionais procedentes de Amhara, região próxima ao sul do Tigré. Responsáveis amhara foram encarregados de implementar administrações interinas em várias cidades da região.

Desde a Constituição de 1994, a Etiópia é formada por dez regiões administrativas semiautônomas, delineadas de acordo com critérios étnicos e linguísticos.

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