INTERNACIONAL

Autoridades tailandesas tentam recuperar o controle da 'cidade dos macacos'

Os habitantes estão refugiados em suas casas e há territórios proibidos para seres humanos. Em Lopburi, na Tailândia, milhares de macacos em liberdade, atração de turistas hoje inexistentes, estão fora de controle, forçando as autoridades a agir

AFP
24/06/2020 às 09:03.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:00

Os habitantes estão refugiados em suas casas e há territórios proibidos para seres humanos. Em Lopburi, na Tailândia, milhares de macacos em liberdade, atração de turistas hoje inexistentes, estão fora de controle, forçando as autoridades a agir.

"Vivemos em uma gaiola e os macacos vivem em liberdade", suspira Kuljira, forçada a cobrir a parte de trás de sua casa com uma cerca impressionante.

"Os excrementos estão por toda parte, o cheiro é insuportável, especialmente quando chove", acrescenta a mulher, antes de abrir sua pequena loja no centro da cidade de Lopburi, localizada 150 km ao norte de Bangcoc.

Um pouco mais longe, Taweesak, outro comerciante, instalou tigres e crocodilos empalhados para tentar assustar os macacos e não hesita em usar uma bengala para afugentá-los quando se aproximarem de sua pequena loja.

Em três anos, sua população dobrou e 6.000 macacos convivem hoje com 27.000 humanos na cidade.

Expulsos de seu habitat natural e confinados em um primeiro momento ao redor de um templo da cidade, com o passar do tempo, os animais invadiram as ruas, apropriaram-se de edifícios e obrigaram os comércios a fechar as portas.

Assim, o antigo cinema da cidade se transformou em seu cemitério, que os macacos defendem com zelo.

Como representavam a principal atração turística de Lopburi, os macacos eram tolerados pela população e constituíam uma fonte de renda considerável.

Mas a Tailândia fechou suas fronteiras para conter a pandemia de coronavírus e os turistas estrangeiros, que alimentavam os animais e tiravam fotos deles, desapareceram e a situação se tornou incontrolável.

As imagens de centenas de animais famintos brigando no meio da rua por comida se espalharam pelo mundo.

Um vídeo, postado na internet em março, também serviu para fazer as autoridades reagirem, lançando uma campanha de esterilização, a primeira em três anos.

O objetivo era castrar 500 macacos, machos e fêmeas, para impedir sua proliferação.

Atraídos por alimentos depositados em gaiolas grandes, os macacos são anestesiados e transferidos para uma clínica veterinária. Em 20 de junho, o primeiro dia da campanha, "capturamos 100, mas operamos apenas metade", explica Narongporn Daudduem, diretor do Departamento de Parques e Vida Selvagem de Lopburi.

"Alguns já haviam sido esterilizados, outros estavam amamentando, outros eram muito jovens", explica.

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