Economia

Balança comercial segue em queda

A queda de janeiro a setembro nas exportações foi de 39,1% e das importações de 38,3% ante ao mesmo período de 2019

José Ricardo Ferreira
ricardo.ferreira@gazetadepiracicaba.com.br
13/10/2020 às 20:24.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:45
   (Arquivo Gazeta de Piracicaba)

(Arquivo Gazeta de Piracicaba)

A trajetória da balança comercial de Piracicaba continua negativa esse ano. A queda de janeiro a setembro nas exportações foi de 39,1% e das importações de 38,3% ante ao mesmo período de 2019, segundo dados divulgados ontem pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), regional de Piracicaba. "Fechamos 2019 com queda de 3,2%. Começamos 2020 também em queda. No primeiro trimestre de 2020, de janeiro a março, a queda foi de 34,7% e vem se mantendo próxima de -40% devido a diversos fatores. No segundo trimestre de 2020, de abril a junho, fechou com -40,7% e no terceiro trimestre, de julho a setembro, foi de - 39,1%", detalhou Homero Scarso, gerente da regional de Piracicaba do Ciesp. Na análise de Homero, os últimos três meses do ano continuarão sem reação e com queda de dois dígitos na balança comercial. Ele explica que os motivos da queda da balança comercial na cidade não se resumem apenas aos efeitos da pandemia do novo coronavírus esse ano. Também se acrescentam aí a briga comercial entre Estados Unidos e China e também o cenário pré-eleições estadunidenses. Os EUA são os principais parceiros comerciais das empresas exportadoras da cidade. Outro fator importante é o perfil de exportações de Piracicaba que tem seu maior valor agregado no setor de máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos. Sozinho esse segmento teve retração de 50,6% nas exportações e 38,8% nas importações. Cidades com bom desempenho nas exportações geralmente produzem alimentos e agronegócios. Os três piores desempenhos de exportações no Estado de São Paulo são de Santa Bárbara d'Oeste (-63,7%), Guarulhos (-41,2%) e Piracicaba (-39,1%). As que mais exportaram são Sertãozinho (+79.3%), São Caetano do Sul (+55,6%) e Araraquara (+53,8%), segundo dados do Ciesp. Em valores As exportações da regional do Ciesp registraram US$ 1,21 bilhão no período, um decréscimo de 39,1% na comparação dos períodos janeiro/setembro de ambos os anos. Já as importações somaram US$ 841,5 milhões, o que significa uma queda de 38,3% frente ao mesmo período de 2019. Em Piracicaba, as maiores quedas nas exportações foram as de máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (-50,6%); veículos automóveis, tratores (-45,8%) e papel e cartão (-40,1%). Por outro lado, quem mais exportou foram os setores de açúcares e produtos de confeitaria (+30,9%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+25,9%) e bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (+25,8%). No quesito importação, as maiores quedas foram de bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (-79,9%); veículos automóveis, tratores, peixes e crustáceos, moluscos (-40%); máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (-38,8%). O único melhor desempenho de importação na cidade foi o do setor de produtos químicos orgânicos (+20,6%). Os efeitos quando as exportações caem basicamente são na desaceleração da criação de vagas de emprego e quedas na arrecadação de impostos municipais e estaduais, pois a receita das empresas cai, segundo explica Homero. Ele acrescentou ainda que a queda das exportações também está ligada a problemas econômicos de quem compra os nossos produtos. No caso, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos têm valores altos e os clientes com certeza encontraram dificuldades esse ano. Mesmo com o dólar bem alto em relação ao real, as exportações não decolaram em 2020, segundo observou Homero. Isto é, real barato não significou grandes vendas externas e, por outro lado, o dólar alto desestimulou as importações, pois o consumo de alguns produtos caiu devido à redução da renda per capta. Um dos exemplos foi a queda de 40% da importação de peixes e crustáceos, moluscos em Piracicaba. E o primeiro trimestre de cada ano tende, tradicionalmente, a ser negativo, segundo informou Homero.

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