INTERNACIONAL

Bancos centrais defendem economia mais ecológica no pós-pandemia

Os planos de reativação após a pandemia de coronavírus oferecem uma oportunidade única para tornar a economia mundial mais verde, com o objetivo de evitar uma crise climática - defenderam os governadores de vários bancos centrais nesta sexta-feira (5)

AFP
05/06/2020 às 11:28.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:31

Os planos de reativação após a pandemia de coronavírus oferecem uma oportunidade única para tornar a economia mundial mais verde, com o objetivo de evitar uma crise climática - defenderam os governadores de vários bancos centrais nesta sexta-feira (5).

"A menos que ajamos agora, a crise climática será o cenário mais provável amanhã e, ao contrário da covid-19, ninguém será capaz de se isolar para evitá-la", alertam eles em um artigo publicado no jornal britânico "The Guardian".

O texto é assinado pelo governador do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey; pelo governador do Banco da França, François Villeroy de Galhau; pelo membro do Banco Central holandês Frank Elderson; e pelo enviado especial das Nações Unidas para o clima, Mark Carney.

No artigo, alegam que a crise do coronavírus "oferece uma oportunidade única" de reconstruir a economia de uma maneira que permita combater a mudança climática.

Eles aplaudem as medidas de apoio em massa adotadas pelos governos para amortecer o impacto da crise da saúde e evitar uma recessão excessivamente profunda.

Afirmam, contudo, que é necessário pensar para além da pandemia, em uma época em que os países estão longe de cumprir os acordos climáticos de Paris, cujo objetivo é limitar o aquecimento global a 1,5 °C.

Os signatários do artigo acreditam que agir agora poderá evitar ajustes bruscos no futuro e pedem aos círculos econômico e financeiro que se adaptem.

Nesse sentido, propõem que grande parte dos pacotes de estímulo seja usada para a transição energética, investimento em energia renovável e investimento em edifícios "mais limpos".

Isso permitirá "uma transição ordenada e a criação de empregos para acompanhar a recuperação", alegam.

Vários bancos centrais lançaram uma rede - a NGFS, presidida por Elderson - que busca tornar o sistema financeiro mais "verde".

Seus membros incluem o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da França, o Bundesbank, os bancos centrais da Inglaterra, Canadá, Luxemburgo e Malásia, assim como a Autoridade de Serviços Financeiros de Dubai.

O Federal Reserve dos EUA (Fed) ainda não decidiu se deve se juntar a esse movimento.

Em breve, o Banco da Inglaterra organizará testes de "resistência climática" para avaliar a capacidade do setor financeiro de lidar com as consequências do aquecimento global. Os primeiros resultados são esperados para 2021.

jbo-acc/pc/tt

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