O general Benny Gantz, ex-comandante do Estado-Maior de Israel, cultiva uma imagem de político sem passado judicial contra o seu rival nas eleições de segunda-feira (2), Benjamin Netanyahu, acusado de corrupção, mas, que como ele, coloca a segurança em primeiro lugar
O general Benny Gantz, ex-comandante do Estado-Maior de Israel, cultiva uma imagem de político sem passado judicial contra o seu rival nas eleições de segunda-feira (2), Benjamin Netanyahu, acusado de corrupção, mas, que como ele, coloca a segurança em primeiro lugar.
Antes de entrar na batalha eleitoral israelense no final do ano passado, o ex-paraquedista de 60 anos era um novato na política. Mas criou um novo partido centrista, "Kahol Lavan" (Azul e Branco), as cores da bandeira do país.
Congregando os opositores ao primeiro-ministro, conseguiu, com sua lista reunindo personalidades da esquerda e da direita, empatar com Netanyahu nas legislativas de abril e setembro de 2019.
Sua mensagem é clara: o objetivo é expulsar do poder Netanyahu, a quem acusa de colocar em perigo as instituições do país.
Gantz propõe aos israelenses uma linha dura para defender o país e uma visão mais liberal em temas sociais e religiosos.
"Nos dias em que comandava a unidade de combate "Shaldag" em operações no território inimigo, arriscando nossas vidas, você, Benjamin Netanyahu, passava com coragem e determinação de uma sessão de maquiagem para outra nos cenários de televisão", afirmou o general de quase dois metros de altura.
O militar promete unidade após anos de divisões e "tolerância zero" contra os corruptos, no momento em que Netanyahu enfrenta um possível indiciamento por corrupção.
Gantz confia em receber os votos dos eleitores de centro e de parte da coalizão de direita de Netanyahu para tornar-se o terceiro ex-comandante do Estado-Maior israelense a alcançar o cargo de primeiro-ministro, depois de Yitzhak Rabin e Ehud Barak.
Os adversários criticam o programa de governo de Gantz, que chamam de "supermercado", no qual se encontra de tudo.
Benny Gantz nasceu em 9 de junho de 1959 no sul de Israel, na localidade de Kfar Ahim, fundada com a contribuição de seus pais, imigrantes que sobreviveram ao Holocausto.
Gantz se alistou no exército como recruta em 1977, superou os testes de seleção dos paraquedistas e subiu na hierarquia. Dirigiu a Shaldag, unidade de operações especiais da aviação, mais tarde liderou uma brigada e finalmente uma divisão na Cisjordânia ocupada.
Foi adido militar de Israel nos Estados Unidos de 2005 a 2009 e comandante do Estado-Maior de 2011 a 2015. Dirigiu operações durante duas guerras contra a Faixa de Gaza.
Em um de seus vídeos, ele se orgulha do número de "terroristas" palestinos mortos durante a campanha de 2014 em Gaza, sem mencionar as vítimas civis, Em outro afirma não ter vergonha de buscar a paz com os árabes.
A plataforma do "Azul e Branco" defende uma separação entre israelenses e palestinos, mas não menciona a solução de dois Estados, ou seja um palestino ao lado de Israel.
Sobre este tema, o estatuto de Jerusalém, a anexação de parte do Golã ou a política a respeito do Irã é difícil estabelecer diferenças entre o programa de Gantz e o ponto de vista de Netanyahu.