INTERNACIONAL

Biden confia no apoio de ex-republicanos para se impor em estados-chave

Em seu esforço para ganhar os votos dos indecisos, um grupo que pode inclinar a eleição presidencial contra Donald Trump, o democrata Joe Biden não mede esforços para espalhar uma de suas armas mais poderosas: o apoio de muitos de seus ex-adversários republicanos

AFP
30/08/2020 às 12:37.
Atualizado em 25/03/2022 às 11:46

Em seu esforço para ganhar os votos dos indecisos, um grupo que pode inclinar a eleição presidencial contra Donald Trump, o democrata Joe Biden não mede esforços para espalhar uma de suas armas mais poderosas: o apoio de muitos de seus ex-adversários republicanos.

Com ações como agendar discursos republicanos incondicionais no horário nobre durante a Convenção Nacional Democrata e dar as boas-vindas ao endosso de centenas de ex-colaboradores de George W. Bush, John McCain e Mitt Romney, o candidato mostra suas credenciais bipartidárias.

Mas será que isso vai funcionar?

Kari Walker, uma moradora de Wisconsin de 50 anos que apoia os candidatos republicanos há duas décadas, planeja votar no democrata em 3 de novembro.

Há duas semanas, Walker disse à AFP que não se via votando em Trump, "um presidente pior do que ela poderia imaginar". Agora, depois de ver a posição de ex-funcionários republicanos de alto escalão do governo, tem certeza de seu voto.

"Achei convincente o apoio dos republicanos incondicionais", disse Walker, que dirige, ao lado do marido, uma taverna na pequena cidade de Reedsburg, localizada em um condado que apoiou Trump em 2016, depois de votar duas vezes no democrata Barack Obama.

Walker é exatamente o tipo de eleitor que a campanha do ex-vice-presidente espera atrair com o apoio do ilustre grupo de republicanos.

Enquanto Biden continua liderando as pesquisas em todo país, o presidente Trump reduziu a brecha em certos estados-chave, aqueles que regularmente "oscilam" entre republicanos e democratas e podem, portanto, decidir as eleições.

O republicano tem cortejado abertamente os democratas, alertando para a "anarquia" que uma Presidência de Biden poderá trazer e que causaria - segundo ele - a "destruição" dos subúrbios, em sua maioria habitados por brancos.

A Convenção do Partido Republicano apresentou alguns ex-democratas presentes para destacar a aproximação de Trump com esses estados cruciais.

Trump tem, no entanto, menos apoio do outro partido do que Biden, que tem trabalhado para persuadir os eleitores decepcionados, até mesmo enojados, com o estilo e a gestão Trump, particularmente em face da pandemia da covid-19.

"Esta não é uma decisão fácil para os republicanos tomarem", escreveram ex-funcionários de McCain, o falecido senador republicano e candidato à Presidência de 2008 que tinha uma relação de desprezo mútuo com Trump.

"Dada a falta de liderança do presidente em exercício, seus esforços para agravar, em vez de eliminar, as divisões entre os americanos e sua incapacidade de defender os valores americanos, acreditamos que a eleição do ex-vice-presidente Biden é claramente do interesse nacional", escreveram eles em uma carta aberta.

Ex-funcionários de W. Bush adotaram uma postura similar.

"A avalanche de insultos e de vulgaridades que testemunhamos nos últimos anos deve parar", disseram eles.

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