INTERNACIONAL

Biden enfrenta crescente pressão de republicanos que denunciam uma crise na fronteira

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrenta uma pressão crescente dos republicanos por causa do aumento da chegada de migrantes, principalmente menores de idade, à fronteira com o México, situação que a oposição descreve como a primeira crise migratória de seu mandato

AFP
15/03/2021 às 15:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:06

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrenta uma pressão crescente dos republicanos por causa do aumento da chegada de migrantes, principalmente menores de idade, à fronteira com o México, situação que a oposição descreve como a primeira crise migratória de seu mandato.

O líder da minoria republicana na Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, lidera nesta segunda-feira (15) uma delegação de congressistas que visitará a fronteira do Texas para denunciar o aumento na chegada de migrantes.

Rubia Tabora, uma guatemalteca de 25 anos, cruzou irregularmente a fronteira no Texas com seu filho de um ano para se juntar ao marido que mora na Virgínia.

"No meu país não há trabalho, não há dinheiro", contou à AFP, no final de semana.

Para ela, o fato de Biden estar no governo fez a diferença. "Meu marido me disse para vir agora", acrescentou.

Cerca de 200 migrantes irregulares passaram pela estação de ônibus em Brownsville, Texas, próxima à fronteira com o México, de acordo com associações locais.

Em fevereiro, cerca de 100.000 pessoas foram presas na fronteira sul - incluindo 9.457 menores desacompanhados - um aumento de 28% em relação a janeiro, segundo as autoridades.

Para fazer frente ao fluxo de menores, Alejandro Mayorkas, chefe do Departamento de Segurança Interna (DHS), anunciou que a agência de emergência FEMA apoiará a tarefa de abrigar temporariamente as crianças, em meio a críticas de que as autoridades as mantiveram por longos períodos em espaços superlotados.

O aumento de pessoas que chegam à fronteira é um desafio político para Biden, que busca reverter muitas das políticas anti-imigração impostas por seu antecessor, Donald Trump.

O presidente democrata quer tramitar uma ambiciosa reforma migratória no Congresso, que poderia gerar um caminho para a cidadania de milhões de migrantes sem documentos.

Em Washington, os republicanos denunciam que há uma "crise" na fronteira, mas a Casa Branca se recusa a aceitar essa retórica.

Para o líder da minoria republicana na Câmara, Kevin McCarthy, "essa crise está fora do controle".

Os republicanos temem que a chegada do bom tempo com o verão aumente o fluxo na fronteira. O prefeito da cidade de Uvalde, no Texas, indicou que espera a chegada de entre 25 mil e 30 mil migrantes durante o verão.

"Na nossa área não estamos preparados para lidar com isso", informou o prefeito. "Nossos recursos estão esgotados pela pandemia e também tivemos a tempestade de neve há algumas semanas".

Para o governo Biden, que decidiu suspender acordos assinados por Trump, como o programa "Fique no México" - que obrigava os solicitantes de asilo a esperar do outro lado da fronteira - e reinstaurou a iniciativa CAM de acolhimento de menores vindos da América Central com pais com residência legal nos Estados Unidos, a mensagem é que "a fronteira está fechada" à imigração irregular.

Na semana passada, a secretaria de imprensa da Casa Branca admitiu que se trata de um "grande desafio" e de uma questão central para o presidente, mas descartou a palavra crise.

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