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Biden quer agir com rapidez, mas julgamento de Trump pode complicar sua agenda

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu agir com rapidez para conter a pandemia de covid-19 e a crise econômica assim que assumir o cargo na quarta-feira, mas seus esforços para unir o país podem ser minados pelo julgamento político contra Donald Trump

AFP
18/01/2021 às 08:44.
Atualizado em 23/03/2022 às 22:09

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu agir com rapidez para conter a pandemia de covid-19 e a crise econômica assim que assumir o cargo na quarta-feira, mas seus esforços para unir o país podem ser minados pelo julgamento político contra Donald Trump.

Biden já anunciou que reverterá de imediato algumas das políticas mais controversas de Trump, o que pode fazer por decreto.

Ele se comprometeu a voltar ao acordo de Paris sobre as mudanças climáticas "no dia um". Trump anunciou em 2017 seus planos de deixar o pacto, o que gerou críticas em todo o mundo.

O presidente eleito também jogará por terra imediatamente a proibição imposta por seu antecessor de voos de vários países muçulmanos, uma medida considerada islamofóbica.

Em suma, o início do governo Biden se anuncia muito ativo. Em um comunicado divulgado no sábado, ele prometeu que em seus dez primeiros dias, emitirá "dezenas" de decretos.

Mas se Biden pode fazer muitas coisas com uma simples assinatura, há situações que não dependem exclusivamente da Casa Branca.

O julgamento político de Trump no Senado certamente complicará os esforços para unir os americanos na resposta à covid-19 e pela recuperação econômica.

A Câmara de Representantes acusou Trump de incitar uma insurreição depois que ele incentivou, em 6 de janeiro, uma multidão de apoiadores a marchar rumo ao Capitólio, que invadiram violentamente pouco depois.

O primeiro julgamento político de Trump, iniciado no fim de 2019, acusado de pressionar a Ucrânia para desacreditar Biden, foi resolvido em 21 dias.

Se o atual durar o mesmo tempo, certamente ofuscará os planos ambiciosos de Biden para seus cem primeiros dias.

De qualquer forma, o presidente eleito apelou para sua experiência de 36 anos no Congresso para se mostrar confiante em que os legisladores poderão se ocupar das duas coisas ao mesmo tempo.

"Espero que a liderança do Senado encontre uma forma de lidar com suas responsabilidades constitucionais no julgamento político a tempo de trabalhar nos outros assuntos urgentes desta nação", disse pouco depois da acusação da Câmara de Representantes.

Ele sugeriu que o Senado, que será controlado pelos democratas a partir da quarta-feira, utilize metade do tempo para o julgamento e o restante para confirmar seu gabinete, algo prioritário.

As sessões de confirmação vão começar na terça-feira em um Capitólio que se assemelha a uma zona de guerra em meio a renovadas medidas de segurança implementadas pela polícia e pela guarda nacional.

Os primeiros na fila para a confirmação são Alejandro Mayorkas (Segurança Interna); Janet Yellen (Tesouro); Lloyd Austin (Defesa) e Antony "Tony" Blinken (Estado ou Relações Exteriores).

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