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Blinken, um diplomata fã de guitarra e defensor pontual do intervencionismo americano

Antony Blinken, nomeado nesta segunda-feira (23) por Joe Biden para chefiar o Departamento de Estado, tem um perfil refinado e incorpora perfeitamente o papel de um diplomata, com uma paixão arraigada pelos direitos humanos que o torna um defensor pontual das intervenções dos Estados Unidos

AFP
24/11/2020 às 07:18.
Atualizado em 24/03/2022 às 02:20

Antony Blinken, nomeado nesta segunda-feira (23) por Joe Biden para chefiar o Departamento de Estado, tem um perfil refinado e incorpora perfeitamente o papel de um diplomata, com uma paixão arraigada pelos direitos humanos que o torna um defensor pontual das intervenções dos Estados Unidos.

Blinken é um conselheiro de longa data de Biden, fala francês fluentemente e é um defensor dedicado da cooperação internacional que prometeu trabalhar para reparar alianças destruídas com parceiros dos Estados Unidos, após quatro anos de governo de Donald Trump.

Com seus modos refinados e cabelos grisalhos elegantes, esse advogado de 58 anos, que prefere ser chamado de "Tony", é o oposto do estilo durão cultivado pelo atual secretário de Estado, Mike Pompeo.

"Ele é a coisa mais gentil, mais humilde e modesta que uma pessoa pode ser", disse Robert Malley, amigo de infância de Blinken que agora dirige a consultoria International Crisis Group. "Ainda não conheci ninguém que possa contar um episódio em que Tony teve um acesso de raiva", lembrou o amigo.

No entanto, Blinken, que era o número dois no Departamento de Estado durante o governo do democrata Barack Obama, durante o qual Biden foi vice-presidente, pode ter posições diferentes das de seus chefes, embora a lealdade prevaleça.

Como enteado de um sobrevivente do Holocausto, Blinken tem defendido intervenções humanitárias, em face da postura mais cautelosa de Biden sobre o uso da força enquanto no governo.

"As superpotências não estão blefando", disse Blinken enquanto seu governo deliberava sobre a intervenção na guerra na Síria, um conflito durante o qual Obama emitiu vários avisos, mas no final das contas assumiu uma postura muito limitada.

Durante uma entrevista este ano sobre a "horrenda" perda de vidas na Síria, Blinken disse: "O governo anterior tem que reconhecer que falhamos, e não por querer tentar, mas falhamos."

"Isso é algo que carrego comigo até o fim dos meus dias", lamentou Blinken à CBS News.

A paixão de Blinken pela prevenção de atrocidades remonta à influência de seu padrasto, Samuel Pisar, nascido na Polônia e um dos mais jovens sobreviventes do Holocausto, no qual perdeu toda a família.

Pisar se tornou um advogado proeminente que trabalhou incansavelmente para acalmar as tensões entre o Ocidente e a ex-União Soviética e se mudou com sua família para Paris, onde Blinken estudou na prestigiosa Academia Jeannine Manuel.

Malley, que era seu colega de classe, explicou que Blinken aprendeu a entender o papel da América no mundo como um jovem americano em Paris durante a Guerra do Vietnã.

"Tony acreditava firmemente em seus valores e em sua identidade como americano, mas ele estava morando em um país estrangeiro e então foi forçado a ver o mundo pelos olhos daquele país, em uma época em que os Estados Unidos não eram muito populares", explicou.

O pai de Blinken é um investidor conhecido e sua mãe, Judith Pisar, foi durante anos diretora do American Center em Paris, um lugar que reunia artistas e personalidades.

A juventude em Paris também alimentou sua paixão pela música, o que lhe permitiu tocar jazz e descobrir o rock.

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