O partido do presidente pró-Ocidente de Montenegro Milo Djukanovic estaria praticamente empatado com a oposição pró-sérvia nas eleições legislativas deste domingo (30), segundo pesquisas de boca-de-urna
O partido do presidente pró-Ocidente de Montenegro Milo Djukanovic estaria praticamente empatado com a oposição pró-sérvia nas eleições legislativas deste domingo (30), segundo pesquisas de boca-de-urna.
O Partido Democrático dos Socialistas (DPS), chefiado por Djukanovic, e que nunca perdeu eleições neste país dos Bálcãs, teria 34,7% dos votos, mas seria seguido de perto pela coalizão opositora pró-sérvia, com 33,1%, segundo pesquisa da comissão independente CeMi.
Segundo resultados parciais, o DPS obteria 29 deputados, de um total de 81, enquanto a lista pró-sérvia teria 28.
Se a tendência se confirmar, a futura maioria dependerá de pequenos partidos, entre os quais está outra formação pró-sérvia, que pode ter um papel-chave em acordos hipotéticos.
O DPS nunca perdeu uma eleição e Djukanovic conduziu o país menos populoso dos Bálcãs (de 620.000 habitantes) à independência da Sérvia, em 2006; à OTAN, em 2017; e às portas da União Europeia (UE).
Mas agora, o confronto nas urnas com uma oposição de direita pró-Sérvia, favorável ao fortalecimento dos laços com Belgrado e com Moscou, parece difícil. No Parlamento que encerra a legislatura atual, ele já conta com uma escassa maioria.
A participação às 17h GMT (14h de Brasília), uma hora antes do fechamento das urnas, era de 75%, enquanto nas eleições anteriores, em 2016, 71% dos montenegrinos foram votar, segundo dados da comissão eleitoral.
Os eleitores tiveram que usar máscaras e respeitar as medidas de prevenção em uma votação marcada pelo impacto econômico da crise do novo coronavírus e uma campanha eleitoral tensa.
Djukanovic, de 58 anos, comanda Montenegro quase ininterruptamente desde o fim da era comunista, no início dos anos 1990. Alguns o consideram um reformista dinâmico. Outros, um autocrata corrupto.
Mas agora, o confronto nas urnas com uma oposição de direita pró-sérvia, partidária de estreitar laços com Belgrado e Moscou, se anuncia mais apertado. No Parlamento em fim de mandato já contava com uma maioria escassa.
Há tempos, Djukanovic enfrenta acusações de corrupção, de controle do Estado e de ligações com o crime organizado, mas a campanha eleitoral acabou se concentrando em outras questões: sua disputa com a Igreja Ortodoxa Sérvia (SPC) e debates sobre identidade.
A disputa eclodiu no final de 2019, com a adoção de uma lei de liberdade religiosa que abre caminho para que o Estado assuma o controle de centenas de igrejas e mosteiros administrados pela Igreja Ortodoxa sérvia. Maioria em Montenegro, sua sede é em Belgrado.
De acordo com o censo de 2011, quase 30% dos habitantes do país se declaram sérvios.
Após o anúncio das primeiras pesquisa de boca-de-urna, tanto os representantes do governo quanto os da oposição se mostraram otimistas.