A Bolívia adicionou mais de 1.600 mortes por covid-19 ao balanço oficial no domingo, elevando o total para mais de 7
A Bolívia adicionou mais de 1.600 mortes por covid-19 ao balanço oficial no domingo, elevando o total para mais de 7.000, o que levantou suspeitas nesta segunda-feira (7) de que haja uma subnotificação de mortes. Segundo o Ministério da Saúde boliviano, o motivo é a atualização dos dados da região de Santa Cruz, onde havia uma sobrecarga de exames.
A medida levou o ex-presidente e candidato presidencial de direita Jorge Quiroga a exigir explicações das autoridades de saúde. "Isso é negligência e incompetência criminosa", escreveu ele no Twitter.
Enquanto isso, o analista de políticas públicas Andrés Uzín disse à AFP que o número nacional de mortes por todas as causas sugere que há uma subnotificação de óbitos pela pandemia.
Ele explicou que nos meses de maio, junho e julho ocorreram 23.704 mortes no país da América do Sul, em oposição a 9.599 no mesmo período do ano passado. "Portanto, o excedente total é de 14.105 mortes até 31 de julho", disse ele.
Como o Ministério da Saúde informou 2.977 mortes por coronavírus nesses meses, "temos um sub-registro total de mais de 11.000 mortes" que corresponderiam à pandemia, apontou Uzín.
De acordo com o especialista, a subnotificação se deve ao fato de pessoas que morreram em casa ou nas ruas não entrarem na soma oficial de óbitos por covid-19. Com 11 milhões de habitantes, a Bolívia acumula 120.769 infecções confirmadas, segundo o último relatório do governo.
Há alguns dias, o diretor nacional de epidemiologia, Virgilio Prieto, reconheceu em entrevista ao jornal Página Siete que "há um sub-registro, como em todos os países", mas negou a manipulação dos números. "Em nenhum momento falsificamos a verdade, porque temos registros oficiais", disse.
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