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Câmara de Representantes dos EUA envia pedido de impeachment de Trump para Senado

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos apresentou formalmente ao Senado, na segunda-feira (25), a ata de acusação contra Donald Trump, marcando a abertura oficial de seu histórico processo de impeachment por "incitação à insurreição" nos atos violentos cometidos por seus seguidores durante invasão ao Capitólio em 6 de janeiro deste ano

AFP
26/01/2021 às 12:55.
Atualizado em 23/03/2022 às 21:29

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos apresentou formalmente ao Senado, na segunda-feira (25), a ata de acusação contra Donald Trump, marcando a abertura oficial de seu histórico processo de impeachment por "incitação à insurreição" nos atos violentos cometidos por seus seguidores durante invasão ao Capitólio em 6 de janeiro deste ano.

A partir desta terça-feira (26), a Câmara Alta convocará Trump oficialmente para esse processo, que começa em 9 de fevereiro.

Os senadores prestarão juramento nesse dia para se tornarem jurados neste julgamento duplamente histórico: Trump é o primeiro presidente dos Estados Unidos a sofrer um julgamento político duas vezes. E será o primeiro a ser julgado depois de deixar a Casa Branca.

Sob um solene silêncio, os nove "promotores" nomeados pelo presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, cruzaram para chegar ao Senado os mesmos corredores decorados com estátuas e pinturas que foram tomados de assalto por partidários de Trump há menos de três semanas.

Na sequência, seu chefe, Jamie Raskin, leu a ata de acusação de "incitamento à insurreição", no Senado, palavras que ressoaram de maneira especial, considerando-se que todos no prédio, representantes e senadores, testemunharam os violentos acontecimentos.

"Donald John Trump" incitou a "violência" e "pôs gravemente em perigo a segurança dos Estados Unidos e de suas instituições", disse o congressista democrata.

Ele citou, principalmente, suas "falsas declarações", negando a vitória de Joe Biden na eleição presidencial de novembro.

O milionário republicano é acusado de ter incitado seus seguidores a invadirem a sede do Congresso, enquanto os legisladores certificavam a vitória eleitoral de Biden.

"Eles nunca vão recuperar nosso país sendo fracos", disse Trump aos manifestantes, pouco antes do ataque ao Capitólio, que deixou cinco mortos. "Têm que mostrar força", acrescentou.

Uma semana após o ataque, a Câmara dos Representantes votou a abertura de seu pedido de impeachment, em 13 de janeiro.

A violência no Capitólio chocou os Estados Unidos e levou muitos líderes republicanos a denunciarem a conduta de Trump. Ainda assim, uma condenação no Senado parece improvável neste momento, já que o nova-iorquino, ainda muito popular entre seus eleitores, continua a contar com importantes aliados nesta Casa.

O trâmite para o julgamento de Trump se dá, enquanto Biden tenta acelerar a campanha de vacinação para conter uma pandemia de coronavírus que deixa mais de 420.000 mortos no país. Além disso, o novo governo tenta negociar com reticentes republicanos a aprovação de seu gigantesco plano de reativação da ordem de US$ 1,9 trilhão.

As negociações "estão apenas começando", disse Biden à imprensa na segunda-feira, dando a si mesmo "duas semanas" para ter uma ideia clara de apoio a este vasto plano no Congresso.

Os democratas controlam a Câmara dos Representantes, mas sua maioria no Senado é muito frágil: 50 a 50, com a possibilidade de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

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