INTERNACIONAL

Campeonato português é retomado em meio à desunião

O campeonato português da primeira divisão será retomado com portões fechados nesta quarta-feira após ser interrompido no dia 12 de março devido á pandemia de coronavírus

AFP
02/06/2020 às 12:49.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:03

O campeonato português da primeira divisão será retomado com portões fechados nesta quarta-feira após ser interrompido no dia 12 de março devido á pandemia de coronavírus.

Mas o reinício ocorre em meio à desunião que reina no futebol de Portugal devido a inúmeras preocupações.

A autorização para retomar a competição, interrompida dez dias após a pandemia, possuía um rigoroso protocolo sanitário, mas algumas recomendações se chocavam com os interesses particulares dos clubes.

A Direção-Geral da Saúde queria, por exemplo, que fosse disputada "no menor número possível de estádios", mas, no final, 16 das 18 equipes jogarão em seus próprios estádios.

As duas exceções, que jogarão em instalações da seleção portuguesa, são o Santa Clara, um clube do arquipélago dos Açores que decidiu permanecer no continente para evitar idas e vindas, e o Belenenses, que não jogou mais em seu estádio devido a um conflito entre o clube e a administração da equipe profissional.

Outro exemplo desse ambiente tenso é que a proposta da Liga de autorizar cinco substituições foi bloqueada pela oposição de um único clube, o Madeira Marítimo, que, diferentemente do Santa Clara, continuará jogando na ilha.

"No começo, havia algumas recomendações da Direção-Geral da Saúde que pareciam razoáveis e equilibrados e, quando precisavam ser aplicadas, as coisas começaram a se deteriorar", diz Sérgio Pereira, diretor do site de informações esportivas "Mais Futebol".

Assim que esta 25ª rodada terminar, o presidente da "Liga de Portugal", o ex-árbitro internacional Pedro Proença, enfrentará inúmeras críticas na segunda-feira em uma assembleia geral que reunirá clubes em pé de guerra.

Acusado pelo Porto de liderar a atual rebelião contra a diretoria da Liga, o presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, reconheceu na segunda-feira que estava "indignado" com a descoberta de uma carta de Proença, onde este solicitava ajuda de líderes políticos para que algumas partidas pudessem ser transmitidas abertamente e evitar aglomerações de torcedores.

Alguns clubes, como Benfica e Braga, não viram com bons olhos que Proença corresse o risco de se indispor com os operadores que lhes pagam seus direitos de transmissão.

Os jogos serão, portanto, transmitidos pela TV paga, forçando a polícia a acionar um dispositivo importante para impedir que os torcedores se reúnam sem respeitar as medidas de distanciamento social em vigor.

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