INTERNACIONAL

Capital de Nagorno Karabakh atingida por tiros; Armênia pronta para mediação

Os combates entre armênios e azerbaijanos por Nagorno Karabakh continuavam nesta sexta-feira (2), com ataques do Azerbaijão contra a principal cidade da região separatista, com Baku reiterando sua determinação, embora Yerevan tenha aberto as portas para a mediação

AFP
02/10/2020 às 11:16.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:16

Os combates entre armênios e azerbaijanos por Nagorno Karabakh continuavam nesta sexta-feira (2), com ataques do Azerbaijão contra a principal cidade da região separatista, com Baku reiterando sua determinação, embora Yerevan tenha aberto as portas para a mediação.

Ao mesmo tempo, a França acusou a Turquia de agravar a situação ao enviar, segundo ela, "jihadistas" da Síria para lutar com os azerbaijanos.

Em um comunicado, a diplomacia armênia iniciou uma abertura tímida, ao afirmar que está pronta para "discutir com os países que copresidem o grupo de Minsk da OSCE para restabelecer um cessar-fogo", em referência aos mediadores (EUA, França e Rússia) do conflito.

Após este primeiro gesto no sexto dia de hostilidades, Baku ressaltou que o conflito tem apenas um resultado: a retirada armênia de Nagorno Karabakh, uma região do Azerbaijão habitada principalmente por armênios e que se separou com a queda da URSS.

"Se a Armênia quer ver o fim dessa escalada (...) deve acabar com a ocupação", declarou à imprensa Hikmet Hajiyev, assessor da presidência do Azerbaijão.

Esses anúncios acontecem no dia seguinte a uma declaração conjunta dos presidentes Emmanuel Macron, Vladimir Putin e Donald Trump pedindo o fim das hostilidades.

Os confrontos, porém, continuam. A principal cidade separatista, Stepanakert, foi atingida por bombardeios do Azerbaijão, causando "muitos feridos entre a população civil" e danos materiais, de acordo com o Ministério da Defesa da Armênia.

Sirenes de ambulâncias soaram por volta das 10h00 GMT na cidade, onde várias explosões foram ouvidas nas últimas horas, segundo um correspondente da AFP.

Em ambos os lados da frente, os moradores estão determinados.

"Não há medo, mas orgulho (...) Na guerra como na guerra. As negociações são uma besteira, é preciso uma capitulação", diz Arkadi, de 66 anos, residente de Stepanakert, enquanto uma explosão é ouvida.

No distrito de Fizouli, no lado do Azerbaijão, as crianças foram evacuadas de localidades próximas à frente, de acordo com um fotógrafo da AFP. Muitos homens se ofereceram para lutar.

"Não temos medo, não temos muitos feridos", disse Anvar Aliev, 55 anos, um taxista azerbaijano, pedindo a "retomada de nossas terras".

O exército armênio acusou nesta sexta Baku de usar "munições cluster", que são proibidas, enquanto o Azerbaijão alegou que jornalistas foram alvos de fogo de artilharia armênia em um vilarejo azerbaijano.

Macron, que tem relações difíceis com Recep Tayyip Erdogan, acusou na quinta-feira que 300 combatentes "jihadistas" deixaram a Síria para se juntar ao Azerbaijão via Turquia. Uma "linha vermelha" para o francês.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por