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Casas de leilão apostam em "NFT", tendência no mercado de arte digital

Após a venda de uma obra digital na Christie"s por mais de 69 milhões de dólares há um mês, a Sotheby"s e a Phillips lançaram leilões em "NFT" nesta segunda-feira(12), posicionando as tradicionais casas de leilão diante da evolução dessa tecnologia que agita o mercado de arte

AFP
12/04/2021 às 15:33.
Atualizado em 22/03/2022 às 00:37

Após a venda de uma obra digital na Christie"s por mais de 69 milhões de dólares há um mês, a Sotheby"s e a Phillips lançaram leilões em "NFT" nesta segunda-feira(12), posicionando as tradicionais casas de leilão diante da evolução dessa tecnologia que agita o mercado de arte.

Três meses atrás, poucas pessoas tinham ouvido falar do "NFT", "tokens não fungíveis" ou token não fungível: um objeto virtual (que pode ser uma imagem, foto, vídeo ou fragmento musical) com identidade, autenticidade e rastreabilidade em teoria incontestável e inviolável, graças à tecnologia conhecida como "blockchain", usada em criptomoedas como o bitcoin.

Desde então, o artista americano Beeple vendeu uma colagem digital, com o selo "NFT", por 69,3 milhões de dólares e, segundo dados da página especializada DappRadar, mais de dez milhões de dólares trocam de mãos diariamente para adquirir esses colecionáveis totalmente imateriais.

Os "NFTs" oferecem as garantias de rastreabilidade e segurança que faltavam à arte digital a ponto de torná-las o novo objeto de desejo.

Ligado diretamente ao universo das criptomoedas, esse mercado conta com plataformas de câmbio próprias, como o Nifty Gateway ou o OpenSea, que não foram criadas diretamente pelo mundo da arte.

Símbolos do tradicional mercado de arte, as casas de leilão não quiseram deixar esta onda passar.

Elas são o "contexto" em um mercado com referências ainda difusas, enfatiza Rebekah Bowling, especialista em arte contemporânea da Phillips, terceira maior casa de leilão do mundo, atrás apenas da Christie"s e da Sotheby"s.

"Colocamos esses artistas dentro do grupo de grandes criadores que oferecemos o tempo todo", explica, incluindo-os entre aqueles que utilizam os habituais suportes físicos, como pintores, escultores ou artistas plásticos.

Com a venda das obras "NFT" do artista digital Pak, que acontece de segunda a quarta-feira, a Sotheby"s também pretende dar um selo de credibilidade às coleções estrangeiras para este mercado, que ainda está sujeito ao "ceticismo quanto à sua legitimidade", afirmou Max Moore, especialista em arte contemporânea da casa de leilões.

"Espero que os colecionadores que nunca compraram NFT façam sua primeira compra porque é uma venda da Sotheby"s", adianta Moore.

A Sotheby"s está, portanto, conduzindo um experimento em grande escala com este leilão bem diferente dos padrões.

Pak venderá "cubos", obras digitais que representam essa forma geométrica, a 500 dólares a unidade, em quantidades ilimitadas.

Durante 15 minutos, às segundas, terças e quartas-feiras, serão vendidos tantos "cubos" quantos os colecionadores quiserem comprar, sempre ao mesmo preço unitário.

"Por meio dessa coleção, Pak questiona nosso senso de valor", resume a Sotheby"s. "O que é valor?", acrescenta.

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