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Caso Weinstein levou à denúncia contra ex-premiê escocês, diz vítima

Uma das dez mulheres que acusaram o primeiro-ministro escocês Alex Salmond de agressão sexual afirmou, nesta terça-feira (10), segundo dia de seu julgamento, que o caso Harvey Weinstein a levou a denunciar o ocorrido

AFP
10/03/2020 às 13:28.
Atualizado em 07/04/2022 às 08:38

Uma das dez mulheres que acusaram o primeiro-ministro escocês Alex Salmond de agressão sexual afirmou, nesta terça-feira (10), segundo dia de seu julgamento, que o caso Harvey Weinstein a levou a denunciar o ocorrido.

A vítima garantiu que ninguém a incentivou a apresentar uma denúncia - que não pode ser identificada como imposição legal, diante da Suprema Corte de Edimburgo - e que a decisão de entrar em contato com a polícia sobre o caso foi exclusivamente dela.

"Foi depois do caso de Harvey Weinstein", relatou, em referência ao movimento #MeToo contra as agressões sexuais, que ganhou proeminência após as acusações contra um dos mais poderosos produtores de Hollywood, recentemente declarado culpado.

"Começou-se a falar dessas coisas e comecei a ter lembranças", contou.

"Foi em outubro-novembro de 2017, quando realmente tive consciência do que tinha me acontecido", acrescentou.

Salmond, de 65, que esteve à frente do governo autônomo de Edimburgo entre os anos de 2007 a 2014, enfrenta 14 acusações de agressão sexual e tentativa de estupro a dez mulheres. Antigo herói do projeto separatista na Escócia, Salmond negou todas as acusações.

No começo de seu julgamento, iniciado na última segunda-feira, seus advogados afirmaram que três das mulheres tinham consentido quanto ao toque e que, em outras ocasiões, o político não estava no lugar a que as acusações se referiam.

Segundo a acusação, os delitos foram cometidos em vários lugares da Escócia entre junho de 2008 e novembro de 2014.

A principal vítima, que denunciou uma tentativa de estupro supostamente ocorrida em junho de 2014, na residência oficial do primeiro-ministro, disse na última segunda ao júri estar se sentindo "com vergonha e humilhada" pelo ocorrido.

Durante o julgamento, que deve durar quatro semanas, Salmond poderá ser chamado para depor, mas não é obrigado a fazê-lo. Cabe ao Ministério Público argumentar sobre sua culpabilidade para além de toda dúvida razoável.

Ex-economista do Royal Bank of Scotland e casado, Salmond assumiu a direção do Partido Nacional Escocês (SNP), em 1990. Organizou a campanha pela independência da Escócia, em 2014. Logo depois, renunciou e foi substituído pela atual primeira-ministra, Nicola Sturgeon.

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