O oncologista Fernando Medina, a gestora Andréia Klefenz e o analista de sistemas Tarcísio Bulisani (Divulgação)
Um novo sistema de inteligência artificial (IA) está sendo desenvolvido pelo Cecan- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, potencializando o processo de obtenção dos dados necessários ao processo de gestão e gerenciamento de todos os setores e unidades de tratamento da Clínica.
Pelo novo sistema, a equipe terá acesso imediato ao perfil completo do paciente com indicação de seu nome, idade, tipo de câncer, início do tratamento, o que foi ou vem sendo utilizado no tratamento, detalhes de todas as etapas do tratamento, se o paciente é fumante ou não, estágio da doença, origem domiciliar e localização geo-espacial da residência do paciente, informação de extrema importância em eventuais focos de doenças em determinadas regiões.
“Trata-se de um sistema de apoio a equipe de médicos e funcionários que, a partir de agora, passam a dispor de dados reais de forma automática e instantânea”, disse o analista de sistemas Tarcísio Bulisani ao lembrar que relatórios engessados é coisa do passado. Segundo ele, geralmente, quando os relatórios de números e serviços ficam prontos, eles já estão parcialmente desatualizados devido ao tempo que esse processo exige para a elaboração de gráficos e planilhas.
“Somos umas das únicas unidades oncológicas da região a dispor desse sistema, que advém da nossa preocupação epidemiológica”, disse o oncologista Fernando Medina, diretor do Cecan. Ele conta que, durante a pandemia, por exemplo, os números estatísticos eram levantados com muita dificuldade porque não havia uma ferramenta que unisse e gerenciasse todas as informações em um única base de dados.
Segundo o oncologista, o esforço era muito grande, porque cada área tinha que alimentar seu próprio banco de dados, montar sua própria tabela, alimentar seus gráficos e gerar seus próprios indicadores. “Hoje, o novo sistema de inteligência artificial promove o cruzamento de todas essas informações de maneira rápida e precisa, fornecendo-nos uma leitura linear dos mais diversos dados”, disse Medina, revelando que os números permitirão saber, inclusive, se há ou não aumento da incidência do câncer em jovem, entre diversos outros dados mais específicos com relação ao comportamento do câncer.
Medina aponta os benefícios do novo sistema também no campo científico, com a obtenção em tempo real de informações relacionadas à sobrevida dos pacientes e como se dá o tratamento em comparação a outros serviços, de forma que seja possível avaliar se o Cecan trabalha dentro do padrão de qualidade, produtividade e resolutividade de grandes centros oncológicos do Brasil e do mundo.
“Isso vai enriquecer muito a rotina do médico oncologista, que atua numa área extremamente difícil e precisa ser estimulado pela certeza de que seu paciente está vivendo mais e melhor”, disse Medina.
A Enfª Andréia Klefenz, gestora do Cecan, disse que está muito satisfeita e animada com os desafios que vêm por aí. “Dr. Fernando Medina é um desbravador e esse empreendimento é mais uma ação direcionada às equipes de médicos e funcionários para manter o Cecan sempre um passo à frente quando se trata de tecnologia”, afirmou.
Andréia falou dos benefícios do novo sistema também para a área administrativa, com a melhor prospecção dos casos de câncer para o próximo ano, com a previsão mais apurada de compra de medicamentos, número atual de funcionários, média de ocupação das salas de quimioterapia e radioterapia, porcentagem de glosas, quantidade e tipos de convênios, custo operacional e custo efetivo, necessidade de aquisição de instrumentos, equipamentos e móveis, entre os diversos outros itens que envolvem o tratamento do câncer e o controle de custos da Unidade para projeções das necessidades futuras.
“São 1200 novos casos de câncer em média por ano; cada um deles com a sua variável e o seu estadiamento, que são únicos em todos os aspectos”, disse Andréia lembrando que, agora, o Cecan terá todos esses dados compilados no prontuário do paciente, em segundos.
“Trabalhamos com inteligência emocional para tratar os nossos pacientes; processo que agora passa a ser fortalecido pela inteligência artificial aplicada a nossos processos como forma de colocar a modernidade a serviço da vida”, disse.
