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Cerca de 300 refugiados rohinygas desembarcam na Indonésia

Cerca de 300 refugiados rohingyas desembarcaram na costa indonésia na manhã desta segunda-feira, após meses de peregrinação em alto mar, numa das maiores chegadas ao arquipélago em vários anos por membros desta minoria muçulmana perseguida em Mianmar

AFP
07/09/2020 às 12:48.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:37

Cerca de 300 refugiados rohingyas desembarcaram na costa indonésia na manhã desta segunda-feira, após meses de peregrinação em alto mar, numa das maiores chegadas ao arquipélago em vários anos por membros desta minoria muçulmana perseguida em Mianmar.

Esses refugiados deixaram Bangladesh em fevereiro e passaram sete meses no mar, de acordo com depoimentos coletados pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que estima que "cerca de 30 morreram durante a viagem".

Os migrantes, incluindo mais de uma dúzia de crianças, foram avistados por moradores, que os ajudaram a desembarcar na costa norte da ilha de Sumatra, perto da cidade de Lhokseumawe, de acordo com Munir Cut Ali, chefe da aldeia de Ujong Blang.

"Vimos um barco chegando à costa em Ujong Blang e os ajudamos a desembarcar com segurança", declarou à AFP.

O grupo é formado por 102 homens, 181 mulheres e 14 crianças. Um homem doente foi levado para um hospital.

Os refugiados serão testados para ver se são portadores do coronavírus, acrescentou o responsável. "Então o governo local vai procurar um lugar adequado para abrigá-los", disse.

Este desembarque é a chegada mais importante de um grupo de rohingyas à Indonésia desde 2015, segundo fontes locais.

Chris Lewa, diretora da Arakan Project - uma ONG dedicada aos rohingyas - destaca que os migrantes provavelmente foram mantidos no mar enquanto os contrabandistas tentavam obter o máximo de dinheiro de seus parentes em terra.

Cerca de um milhão de rohingyas vivem em condições precárias em campos de refugiados em Bangladesh, onde traficantes de migrantes procuram candidatos para viajar.

A Indonésia e a Malásia, dois países de maioria muçulmana, são os destinos mais procurados pelos rohingyas, que fogem da perseguição e da violência em Mianmar, país de maioria budista.

Tanto o ACNUR quanto a Anistia Internacional denunciaram a inércia dos governos da região que obriga os refugiados a caminhar de costa a costa, sem condições de desembarque.

"Com a inação, as lideranças da região transformaram essas águas em uma sepultura", garantiram.

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