NOITE DE TERROR

Chacina deixa cinco mortos no Jaraguá

Motociclistas armados atiraram e acertaram em oito pessoas, matando cinco

Ana Cristina Andrade
ana.andrade@gazetadepiracicaba.com.br
18/04/2013 às 11:17.
Atualizado em 27/04/2022 às 13:40

Moradores das proximidades da chacina disseram que se trancaram em suas casas, logo que começou a sequência de tiros. Ontem, ainda assustados, eles não queriam falar sobre o crime. Alguns, que preferiram na se identificar, lembraram os momentos de terror. "Era tanto tiro que devo ter ouvido mais de 40", disse uma das moradoras. "Numa hora dessas, a gente não se arrisca nem a olhar pela janela. Vai que um tiro acerta na gente", disse outra.

O delegado Luiz Pereira da Silva foi designado para trabalhar no caso e a informação era de que ontem ele não iria atender a imprensa. As diligências se estenderam nesta madrugada, na tentativa de localizar os criminosos.

Há informações de que um delegado do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), de São Paulo, teria vindo ontem de manhã a Piracicaba se inteirar do caso

ENTERROS

O corpo de Luiz Carlos do Nascimento está sendo velado na rua Zulmira Ferreira do Vale (Centro Comunitário do Cantagalo) e às 16 horas sairá do local para ser sepultado no cemitério da Vila Rezende. Vanderci Soares da Silva será sepultado hoje, às 10h30, no cemitério da Vila Rezende, local em que ocorre o velório.

O velório de Ismael Custodio de Oliveira Filho está sendo realizado no cemitério da Saudade - sala 04 - e o sepultamento está marcado para as 10 horas de hoje. Odair José Pereira está sendo velado na sala "B" do cemitério da Ressurreição, local em que será o enterro.

Até o encerramento desta edição, o único velório que não estava definido era o de Leandro Bonifácio. A informação era de que o corpo ainda estaria no Instituto Médico Legal de Piracicaba aguardando reconhecimento de familiares.

Vítima tinha 33 perfurações

Outro crime - o sexto da noite - ocorreu no bairro Bosques do Lenheiro e teve como vítima Denivaldo Ferreira de Melo, 53. Ele teve pelo corpo - juntando entradas e saídas de projéteis - 33 perfurações de pistola calibre 7.65, de acordo com a polícia.

O assassinato foi na rua das Castanheiras, no Bosques do Lenheiro, às 21h44 de anteontem. Policiais militares encontraram a vítima caída no chão e com as várias perfurações. Não houve tempo de prestar socorro.

No local foram recolhidas 14 cápsulas deflagradas, de pistola 7,65 milímetros, projéteis e estilhaços de chumbo. Todo o material foi encaminhado para a perícia.

Havia também um papel com algum manuscrito e a cédula de identidade de Melo. A única testemunha arrolada no boletim de ocorrência foi a ex-mulher da vítima.

Até o fechamento deta edição, o caso de Melo continuava sem solução. Ele foi sepultado às 17 horas de ontem. (ACA)

Três não tinham antecedentes

O delegado Vicente Prado Júnior disse à Gazeta que o que causou estranheza é que três vítimas não possuem antecedentes criminais e outras duas já tiveram passagens pela Justiça, mas nenhuma por crimes hediondos.

“O Odair Pereira era surdo, porém conhecido como ‘mudinho’. Disseram que ele nem teve tempo de observar a correria e permaneceu no lugar, levando os tiros. Como dirige caminhão, uma vez envolveu-se num homicídio culposo (sem intenção de matar). Provavelmente acidente de trânsito com vítima fatal”, disse o delegado.

Leandro Bonifácio, que foi atingido na frente do bar e depois levou mais tiros perto do ginásio, de acordo com a autoridade, constou inicialmente como procurado. “Depois, encontramos no bolso dele uma concessão de prisão albergue”, destacou. “Um deles ainda possuía tatuagem com desenho de palhaço, geralmente encontrada na pele de criminosos, mas nenhuma das vítimas restantes tinham passagens pela Justiça”, acrescentou Prado Junior.

EXECUÇÃO

Para o delegado, e por conta do trabalho da perícia tão logo ocorreu o crime, tudo indica que o único alvo dos assassinos seria o Leandro Bonifácio, que foi alvejado duas vezes - uma quando estava no bar e outra quando se aproximava do ginásio de esportes.

“Também não se descarta a hipótese de acerto de contas por causa do tráfico de drogas, porque há uma área invadida por perto do bar, que está para ser regularizada. Fomos informados de que pelas imediações estava ocorrendo a comercialização de entorpecente”, disse Vicente Prado.

Segundo o delegado, quem deverá chegar à autoria da chacina e aos criminosos é a DIG. 

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