A China autorizou a exportação de insumos para a fabricação da vacina CoronaVac no Brasil, anunciou nesta segunda-feira (25) o presidente Jair Bolsonaro
A China autorizou a exportação de insumos para a fabricação da vacina CoronaVac no Brasil, anunciou nesta segunda-feira (25) o presidente Jair Bolsonaro. Eles são necessários para evitar a paralisação da campanha de imunização no país em meio a uma violenta segunda onda da pandemia.
"A embaixada da China nos informou, pela manhã, que a exportação dos 5.400 litros de insumos para a vacina CoronaVac foi aprovada e já estão em área aeroportuária para pronto envio ao Brasil, chegando nos próximos dias", afirmou o presidente nas redes sociais.
"Agradeço a sensibilidade do governo chinês", acrescentou Bolsonaro, que em diversas ocasiões criticou a vacina promovida pelo governador de São Paulo, João Doria, seu adversário político.
A nova carga de insumos permitirá a produção de cerca de 5,5 milhões de doses da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac associado ao Instituto Butantan, segundo diretores da entidade citados pela imprensa.
Em um país com 212 milhões de habitantes, a campanha de vacinação começou na última segunda-feira com apenas 10,8 milhões de doses do CoronaVac, às quais foram adicionadas 2 milhões de doses da britânica AstraZeneca que chegaram na sexta-feira da Índia. Ambas as vacinas requerem uma inoculação dupla.
O baixo número de doses adicionado à incerteza sobre a chegada dos insumos da China necessários tanto para as vacinas do CoronaVac quanto da AstraZeneca levantou preocupações sobre uma possível desaceleração da campanha de vacinação, em um momento em que a segunda onda ceifa mais de mil vidas por dia no Brasil.
Desde o início da pandemia, o Brasil registrou mais de 217.000 mortes por covid-19, saldo superado apenas pelos Estados Unidos.
Bolsonaro indicou ainda que a liberação da matéria-prima para a vacina AstraZeneca/Oxford, desenvolvida em parceria com a Fundação Fiocruz, está sendo "acelerada".
Muitos analistas atribuem os atrasos aos constantes confrontos de Bolsonaro com a China, devido ao alinhamento do presidente com o ex-mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nos últimos dias, os esforços, tanto oficiais como de personalidades em desacordo com Bolsonaro, multiplicaram-se perante a embaixada da China.
Pequim, principal parceiro comercial do Brasil, deu sinais de que os atritos estavam em vias de ser superados.
"A China está junto com o Brasil na luta contra a pandemia e continuará a ajudar o Brasil neste combate, dentro do seu alcance. A união e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia", afirmou o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, ao retuitar a mensagem de Bolsonaro.
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