A China alertou neste domingo (24) que suas relações com os Estados Unidos estão "à beira de uma nova Guerra Fria", ainda mais tensa pela pandemia da COVID-19 que levou Washington a proibir voos provenientes do Brasil
A China alertou neste domingo (24) que suas relações com os Estados Unidos estão "à beira de uma nova Guerra Fria", ainda mais tensa pela pandemia da COVID-19 que levou Washington a proibir voos provenientes do Brasil.
Novas tensões entre as superpotências surgiram à medida que as restrições impostas para conter o vírus continuam afetando a todos e de várias maneiras diferentes.
A pandemia, que afetou mais de 5,4 bilhões de pessoas em todo o mundo, silenciou a celebração muçulmana do fim do Ramadã e deixou imagens de banhistas com máscaras nas praias americanas.
Em grande parte da costa atlântica dos Estados Unidos, o dia frio e com vento reduziu a frequência nas praias, um dia depois de uma grande movimentação no sábado.
"Ficamos trancados em casa por 70 dias, 10 semanas", declarou Lisa Sklar, que caminhou com o marido e a filha pela praia de Conney Island, onde não era permitido entrar no mar.
"É muito bom para a nossa saúde estar aqui", acrescentou.
Enquanto isso, mais nações europeias reduziram suas medidas impostas a restaurantes, bares e hotéis que devastaram o turismo.
A Europa ultrapassou dois milhões de infectados e continua sendo o continente com mais mortes, registrando 173.500 falecimentos.
Essa pandemia também corroeu as relações já duras entre a China e os Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que Washington se infectou com um "vírus político" que aproveita "todas as oportunidades para atacar e difamar a China".
"Algumas forças políticas dos Estados Unidos estão tomando como reféns as relações China-EUA e levando nossos dois países à beira de uma nova Guerra Fria", declarou o ministro para a imprensa.
Wang também acusou os políticos americanos de "espalhar boatos" para "estigmatizar a China", onde o novo coronavírus surgiu no final do ano passado.
No entanto, garantiu que a China está "aberta" à cooperação internacional para identificar a origem do vírus.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusa Pequim de má gestão da crise, por demorar muito para comunicar dados cruciais sobre a gravidade da doença e de não ser transparente em suas ações.
Os Estados Unidos são o país mais atingido pela COVID-19, com 1.676.364 casos e mais de 98.000 mortes.
Enquanto isso, os países latino-americanos se tornaram "um novo epicentro" do coronavírus, segundo a OMS.