Meio ambiente

Cidadãos questionam corte de árvores na Esalq

Esalq inicia serviço de poda; leucenas e eucaliptos próximos de vias são removidos

Romualdo Cruz Filho
19/04/2022 às 07:48.
Atualizado em 19/04/2022 às 07:49
Árvore cortada em área próxima ao campo de futebol e do ginásio de esportes da escola (Christiano Dihel Neto/Gazeta de Piracicaba)

Árvore cortada em área próxima ao campo de futebol e do ginásio de esportes da escola (Christiano Dihel Neto/Gazeta de Piracicaba)

Há uma preocupação natural do piracicabano quando vê uma árvore cortada e não sabe exatamente o que está acontecendo. Devido às informações de desmatamento em áreas verdes por todo o país circulando pela imprensa, o pensamento converge invariavelmente para a possibilidade de crime ambiental. 

A Gazeta recebeu várias reclamações de que algo diferente estaria acontecendo esta semana no campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), uma vez que várias árvores grandes começaram a ser removidas e o questionamento era sobre a dimensão da ação e suas consequências.

Ana Maria Meira, do serviço de Gestão Ambiental da Prefeitura do Campus da Esalq, explicou que se trata de uma reação valiosa da sociedade e compete ao campus fazer chegar informações corretas. Segundo ela, foi dado início no final de março ao trabalho de poda de toda a unidade, um serviço que ficou represado durante dois anos em decorrência da pandemia de Covid-19. 

Com a conclusão do contrato para a realização do serviço, foi definida pelos técnicos do setor sua abrangência. "Nessa primeira etapa, todas as leucenas e eucaliptos com risco de queda e que possam cair em vias públicas, colocando em risco a vida de pessoas, estão sendo retiradas. Elas são espécies exóticas e invasoras. Mesmo assim, só são suprimidas aquelas que passaram pela avaliação técnica da comissão de áreas verdes da Esalq", explica.

Segundo ela, todo material será reaproveitado. "Com a galhada, fazemos compostagem e com a madeira, bancos e mobílias a serem usados nos espaços públicos pelos usuários do campus". Ana Meira destaca que não se tratam, portanto, de espécies nativas, inclusive porque essas exigem licença especial e avaliação com tecnologia específica e laudo de especialistas para justificar remoção.

O reaproveitamento dos resíduos é feito dentro dos preceitos de economia circular, desenvolvido junto ao serviço de gestão ambiental da Esalq, setor responsável pelas atividades voltadas à educação ambiental. Ana Meira convida a todos os interessados em conhecer o trabalho da Esalq nesse sentido, bem como o de aproximação da comunidade com as árvores. 

"Há um trabalho bem bacana no campus que permite aos visitantes saber detalhes sobre as árvores da unidade de ensino via QR Code, desenvolvida em parceria com o Laboratório de Silvicultura, do departamento de Ciências Florestais. Já temos catalogado e devidamente lançado no sistema cerca de 40% delas. Trata-se de um trabalho didático muito interessante para os alunos do ensino fundamental e médio e toda a comunidade. É só aproximar o celular na imagem e todos os dados referentes à árvore em questão aparecem na tela", explica.

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