A pergunta inevitável do momento é se os Jogos de Tóquio-2020 estão ameaçados pelo coronavírus, que já causou mais de 3000 mortes no mundo
A pergunta inevitável do momento é se os Jogos de Tóquio-2020 estão ameaçados pelo coronavírus, que já causou mais de 3000 mortes no mundo. A dúvida paira há semanas e será o principal ponto de uma reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI) na terça-feira e na quarta em Lausanne, na Suíça.
O presidente da entidade, Thomas Bach, estava otimista na sexta-feira, garantindo que o "COI está completamente determinado a celebrar com sucesso os Jogos de Tóquio a partir de 24 de julho", e até 9 de agosto.
"A prioridade no momento é assegurar que os processos de classificação (para os Jogos) sejam desenvolvidos, garantindo a proteção da saúde dos atletas", acrescentou.
Outro membro eminente do COI, o canadense Dick Pound, indicou horas antes à AFP que sua instituição não considera adiar ou cancelar os Jogos, embora não receba indicação nesse sentido da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sem apresentar um calendário preciso, o ex-nadador de 77 anos e integrante mais velho do COI, acrescentou que "a qualquer momento, seja dois meses ou um mês, alguém terá que dizer "Sim" ou "Não"" sobre a disputa dos jogos.
Atletas e federações nacionais e internacionais estão preocupados. Várias provas classificatórias para os Jogos programadas para ocorrerem na China, onde surgiu a epidemia, foram adiadas ou realocados, assim como na Coreia do Sul.
Outros eventos deveriam ser realizados no Japão antes dos Jogos e já estão ameaçados, como os "eventos-teste" de natação, pólo aquático e saltos ornamentais, organizados pela Federação Internacional de Natação (Fina).
As provas de ginástica artística e rítmica, organizadas em conjunto com a Federação Internacional de Ginástica (FIG), estão agendadas de 4 a 6 de abril e podem ser realizadas com portões fechados.
"Muitas federações estão confusas", disse o chefe de uma federação internacional que prefere permanecer anônimo. "Recebemos informações do COI em relação à saúde, mas não sobre o aspecto esportivo", no momento em que vários torneios pré-olímpicos ainda precisam ser disputados.
"Os comitês nacionais olímpicos e as federações internacionais foram informados sobre a posição do COI e de nossa comunicação com a mídia", disse um porta-voz do COI à AFP.
Diante das crescentes preocupações, cada declaração de Bach na terça e na quarta-feira será amplamente analisada.
O coronavírus também será o tema central da videoconferência de quarta-feira realizada pelo comitê organizador dos Jogos de Tóquio e pelo presidente da comissão de coordenação, o australiano John Coates.