INTERNACIONAL

Com as livrarias fechadas, as vendas de livros online disparam na Itália

Os italianos que estão há 10 dias confinados em suas casas podem sair para comprar cigarros, perfumes, celulares e televisões, mas encontram as portas das livrarias fechadas, o que fez as vendas online dispararem

AFP
19/03/2020 às 11:49.
Atualizado em 04/04/2022 às 23:16

Os italianos que estão há 10 dias confinados em suas casas podem sair para comprar cigarros, perfumes, celulares e televisões, mas encontram as portas das livrarias fechadas, o que fez as vendas online dispararem.

"As livrarias estão fechadas, mas as vendas online não param, com os entregadores em movimento e funcionários fazendo pacotes", comenta Paolo Ambrosini, vendedor de livros de Verona e presidente da Associação de livrarias italianas (Ali).

"Se o livro é considerado um produto não necessário, então terão que bloquear as vendas em todos os lugares!", protesta.

As livrarias contatadas pela AFP não questionam o decreto governamental de 10 de março que ordena o fechamento da maioria das lojas não essenciais e autoriza a abertura de supermercados para frear a propagação do vírus em toda a península.

Reclamam, na verdade, da distribuição em massa através da internet, do que consideram concorrência desleal.

A gigante editora italiana Mondadori admitiu que o fechamento de suas cerca de 600 livrarias havia sido "compensado em parte pelo forte aumento de ventas online, de mais de 50%".

Consultada pela AFP, a plataforma de vendas online Amazon na Itália no quis revelar números.

"Para as livrarias independentes, o fechamento programado até 3 de abril é um desastre", lamenta Umberto Panerai, um vendedor de livros de Florencia, Toscana.

"Os quiosques ou supermercados podem vender livros e revistas diariamente e até as perfumarias permanecem abertas", destaca.

"Os jovens, confinados em casa com seus computadores, têm aumentado os pedidos online de livros para seus cursos à distância", explicou o vendedor florentino.

Gabriella Guaiti Becarelli também está muito ocupada nos fundos de sua livraria em Siena, Toscana, por ter dado sua disponibilidade nas redes sociais.

As primeiras medidas de ajuda para as empresas foram adotadas na quarta-feira, mas a indústria do livro não foi mencionada.

Marie-Eve Venturino, que há três anos dirige a histórica livraria francesa no coração de Roma, destaca que "a economia das livrarias independentes é muito frágil, quase não possuem lucros".

Na França, "o setor recebe subsídios. Na Itália não. Estar fechados por mais de um mês pode ser fatal para nós", afirma.

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