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Com mais uma vítima identificada, restam 9 desaparecidos em Brumadinho

26/08/2021 às 17:10.
Atualizado em 23/03/2022 às 10:53
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou hoje (19) que encontrou o corpo de mais uma vítima do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. (Corpo de Bombeiros de Minas Gerais)

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou hoje (19) que encontrou o corpo de mais uma vítima do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. (Corpo de Bombeiros de Minas Gerais)

Juliana Creizimar de Resende Silva tinha 33 anos e havia recentemente dado a luz a gêmeos quando, em janeiro de 2019, sua vida foi soterrada por uma avalanche de rejeitos de mineração. Ela é uma das 270 vítimas da tragédia de Brumadinho, ocorrida após o rompimento da uma barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão. Seu corpo estava desaparecido há 942 dias quando foi localizado na terça-feira (24) pelo Corpo de Bombeiros. A identificação ocorreu ontem (25) e seus parentes poderão finalmente organizar um enterro.

Segundo divulgou a perícia da Polícia Civil, a identificação do corpo se deu por meio da arcada dentária. Foram levantadas informações sobre tratatamentos dentários e analisadas fotos de sorrisos, formando um banco de dados que permitiu chegar a uma conclusão rapidamente. 

Assim como a maior parte das vítimas, Juliana era funcionária da Vale. Seu marido, Dennis Augusto da Silva, também integrava os quadros da mineradora e teve o corpo encontrado ainda em 2019. Os filhos gêmeos estão hoje sob os cuidados de uma tia e dos avós.

O rompimento da barragem liberou no meio ambiente uma avalanche de rejeitos que destruiu comunidades, causou degradação ambiental, poluiu o Rio Paraopeba e deixou 270 mortos. Com a identificação de Juliana, falta agora encontrar os corpos de nove vítimas. As buscas continuam.

Devido às restrições decorrentes de pandemia da covid-19, os trabalhos dos bombeiros foram interrompidos duas vezes. A primeira paralisação ocorreu de março a agosto do ano passado. Posteriormente, em 17 de março deste ano, os trabalhos foram novamente suspensos. A retomada dos trabalhos ocorreu no dia 12 de maio.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as características do rejeito, que não se esfarela com facilidade e que ganha consistência argilosa quando molhado, é um complicador. Além disso, dado o tempo que já se passou da tragédia, a possibilidade de achar o corpo com a estrutura intacta é menor, o que também dificulta o trabalho.

Os esforços são acompanhados de perto pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum), criada pelos familiares dos mortos na tragédia. Na última vez que um corpo foi encontrado, em maio desse ano, a entidade publicou uma mensagem nas redes sociais. "Renovamos as esperanças e seguimos motivados para continuar lutando pelo encontro agora das dez joias. Todos serão encontrados. Desistir não é uma opção", dizia o texto. A associação contabiliza 272 mortes na tragédia porque inclui na conta os bebês de duas vítimas que estavam grávidas.

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