INTERNACIONAL

Combates se intensificam em Karabach em meio a apelos de cessar-fogo

Os enfrentamentos entre armênios e azerbaijanos se intensificaram em Nagorno Karabach, apesar de França, Rússia e Estados Unidos pedirem conjuntamente nesta quinta-feira (1º) um cessar-fogo neste enclave separatista no território do Azerbaijão

AFP
01/10/2020 às 18:26.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:18

Os enfrentamentos entre armênios e azerbaijanos se intensificaram em Nagorno Karabach, apesar de França, Rússia e Estados Unidos pedirem conjuntamente nesta quinta-feira (1º) um cessar-fogo neste enclave separatista no território do Azerbaijão.

No quinto dia de confrontos, nenhum lado parecia ter obtido um avanço significativo diante do outro, mas "os combates se intensificaram pela manhã", afirmou o porta-voz do ministério armênio da Defesa, Artstrun Hovhannisian, que atribuiu grandes "perdas" ao inimigo.

As forças azerbaijanas, que asseguram há vários dias terem tomado posições armênias que fogem de seu controle há quase três décadas, emitiram reivindicações similares e afirmaram que os combatentes separatistas tiveram que "se retirar de posições que tinham em toda a linha de frente".

Os pedidos de uma trégua não param de se multiplicar. Nesta quinta, os presidentes Emmanuel Macron (França), Donald Trump (Estados Unidos) e Vladimir Putin (Rússia) pediram um cessar-fogo "imediato".

Em uma declaração, também exortaram os líderes de Armênia e Azerbaijão a "que se comprometam sem demora a retomar as negociações".

Estes três países são os mandatários do Grupo de Minsk, criado pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que é o mediador do conflito desde 1992.

Mas o presidente azerbaijano, Ilham Aliev, e o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, desconsideraram qualquer ideia de negociação e se disseram decididos a continuar combatendo.

Na quinta, Pashinyan afirmou pelo Facebook que Nagorno Karabach combatia "o terrorismo internacional".

"A comunidade internacional afirmou claramente que a cooperação turco-azerbaijana dirige uma guerra contra a Armênia e Karabach com a ajuda de mercenários terroristas", acrescentou.

Nagorno Karabach, de maioria armênia, se proclamou independente do Azerbaijão em 1991, provocando uma guerra que deixou 30.000 mortos. Desde então, a situação está estagnada, embora frequentemente haja escaramuças, como a registrada em 2016.

Desde o início das hostilidades no domingo, 350 soldados azerbaijanos morreram, 15 blindados foram destruídos e três helicópteros foram abatidos, um dos quais teria caído no vizinho Irã, segundo o porta-voz do ministério armênio da Defesa.

Em Baku, o ministro da Defesa desmentiu esta última informação. Pouco antes, havia destacado que "houve disparos de artilharia devastadores toda a noite contra as forças armênias".

O exército de Karabach afirmou ter impedido que o Azerbaijão "reagrupe suas tropas" e acrescentou que "a situação tática não mudou".

Até hoje só foram divulgados balanços parciais que dão conta de um total de 135 mortos.

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