INTERNACIONAL

Comunidade estrangeira em Hong Kong, dividida sobre a resposta ao coronavírus

À medida que o número de casos de coronavírus em Hong Kong aumenta, cresce a polêmica entre a comunidade estrangeira deste enclave chinês devido à atitude de alguns de seus membros, que parecem não levar a sério as medidas contra a pandemia

AFP
23/03/2020 às 09:38.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:09

À medida que o número de casos de coronavírus em Hong Kong aumenta, cresce a polêmica entre a comunidade estrangeira deste enclave chinês devido à atitude de alguns de seus membros, que parecem não levar a sério as medidas contra a pandemia.

Apesar de sua proximidade com a China continental, este centro financeiro internacional conseguiu evitar um grande número de casos, graças ao comportamento das pessoas, que usam máscaras, lavam as mãos e respeitam as medidas de isolamento social.

No entanto, nas últimas duas semanas, o número de casos dobrou, para 318, depois que habitantes de Hong Kong e estrangeiros chegaram ao território em fuga da pandemia na Europa e na América do Norte.

A maioria das novas infecções são de estudantes que fugiram das escolas e universidades no exterior.

Além disso, a imprensa local publicou fotos de bares e restaurantes cheios de clientes, especialmente nos bairros frequentados por funcionários de grandes empresas internacionais.

Uma atitude que irritou muitos que fecharam suas portas no início da epidemia e agora veem que esse esforço para controlar a pandemia pode ser em vão.

Na semana passada, Hong Kong ordenou quarentena para quem chegar do exterior e, nesta segunda-feira, decidiu finalmente proibir a entrada de não-residentes a partir de quarta-feira, na tentativa de conter a disseminação de casos estrangeiros importados.

Gary Stokes, proprietário do bar Hemingway, localizado no bairro Discovery Bay, fica furioso ao ver alguns de seus clientes que acabam de voltar da Europa, mas que não estão confinados em suas casas.

"Eles dizem "me sinto bem, então não preciso me confinar". É muito perigoso", reclama à AFP.

Depois de ver um cliente que se orgulhava de não estar em quarentena, Stokes postou uma mensagem no Facebook avisando que alertará a polícia se as regras não forem seguidas.

"Esses expatriados decidiram fugir quando não gostaram do que estava acontecendo em Hong Kong, e quando isso acontece em seus países, voltam correndo para cá", diz ele.

Os estrangeiros representam cerca de 9% dos sete milhões de pessoas de Hong Kong.

Embora nem todos sejam ricos ou sejam funcionários de grandes empresas, tendem a viver um pouco diferente do que as pessoas naturais de Hong Kong, e alguns parecem não se sentir compelidos a usar uma máscara.

Na semana passada, o jornal Apple Daily publicou na capa uma foto de um grupo de estrangeiros bebendo juntos na rua, o que provocou polêmica nas redes sociais.

Alguns temem, no entanto, que as críticas aos estrangeiros estejam indo longe demais.

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