INTERNACIONAL

Comunidade internacional promete fundos ao Afeganistão sob condições

A comunidade internacional, mobilizada em grande parte virtualmente por causa da pandemia de coronavírus, prometeu na terça-feira novos fundos ao Afeganistão, mas alertou que só serão liberados com a condição de preservar as conquistas democráticas e em particular os direitos das mulheres

AFP
24/11/2020 às 11:18.
Atualizado em 24/03/2022 às 02:19

A comunidade internacional, mobilizada em grande parte virtualmente por causa da pandemia de coronavírus, prometeu na terça-feira novos fundos ao Afeganistão, mas alertou que só serão liberados com a condição de preservar as conquistas democráticas e em particular os direitos das mulheres.

Uma após a outra, as autoridades internacionais prometeram assistência financeira como parte de um novo plano de quatro anos que vai de 2021 a 2024.

Mas todos os participantes da conferência de doadores, organizada em Genebra pela ONU, têm em mente as negociações de paz que ocorrem atualmente em Doha entre as autoridades afegãs e os rebeldes do Talibã.

"Hoje é um bom dia para o Afeganistão", disse a representante da ONU no Afeganistão, Deborah Lyons.

Ela afirmou que há "promessas de doações importantes", mas também alertou: "O Afeganistão deve seguir em frente, não retroceder".

O medo: que o Talibã, expulso em 2001 por uma coalizão internacional e que parece ter a iniciativa no terreno, volte ao poder e restabeleça seu regime brutal que privou as mulheres afegãs de seus direitos.

"O Talibã deve assumir mais compromissos com a paz", exigiu Josep Borrell, vice-presidente da Comissão Europeia.

Ele pediu o fim imediato da violência, que está aumentando, com o Talibã querendo conquistar uma vantagem nas negociações, dominando no terreno. Uma mensagem retomada por todos os participantes.

A União Europeia prometeu "um nível de ajuda equivalente para os próximos quatro anos" aos 1,2 bilhão de euros prometidos em 2016.

O Canadá também alertou que vai "calibrar sua contribuição de acordo com o que está acontecendo" na mesa de negociações.

O representante da Holanda foi ainda mais direto: "a nossa contribuição não é carta branca".

Em um longo apelo, por videoconferência de Cabul, o presidente Ashraf Ghani exortou os doadores internacionais a não se afastarem de seu país, mesmo que espere uma redução na ajuda no contexto de um economia global desacelerada pela pandemia de covid-19.

"Estamos passando por uma das maiores tragédias da história: a pandemia de covid-19. Estamos extremamente gratos que neste momento de sofrimento coletivo (...) o compromisso com o Afeganistão permanece forte", disse ele.

"Pedimos aos nossos parceiros internacionais que nos ajudem a fazer mais com menos", continuou Ghani, em um discurso transmitido por vídeo.

O país continua fortemente dependente desse apoio, com as promessas de Cabul de desenvolver a economia e combater a corrupção que demoram a se materializar. "A ajuda financeira ainda é essencial para o nosso desenvolvimento no futuro previsível", acrescentou o presidente afegão.

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