Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no sul do Iraque nesta sexta-feira, durante confrontos entre manifestantes contrários ao governo e apoiadores do clérigo xiita Moqtada al-Sadr, que havia convocado uma demonstração de força, às vésperas das eleições legislativas
Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no sul do Iraque nesta sexta-feira, durante confrontos entre manifestantes contrários ao governo e apoiadores do clérigo xiita Moqtada al-Sadr, que havia convocado uma demonstração de força, às vésperas das eleições legislativas.
Há um ano, em outubro de 2019, manifestantes contrários ao governo e simpatizantes de Al-Sadr manifestavam-se juntos nas ruas de Bagdá e das cidades do sul, na primeira revolta espontânea no país. Desde então, os dois grupos se dividiram, um novo governo foi nomeado e o primeiro-ministro, Mustafa al-Kazimi, prometeu realizar eleições legislativas antecipadas em junho de 2021, quase um ano antes do previsto, para atender uma demanda do movimento de protesto.
A tensão volta a aumentar antes das eleições, em que Al-Sadr, que controla o maior grupo do Parlamento, advertiu que seu partido pretende tomas as rédeas do governo.
- Quatro mortos e nove baleados -
Nesta sexta-feira, apoiadores do clérigo atacaram um acampamento de manifestantes antigoverno montado na Praça Habubi de Nassiriya, denunciou Mohamad al-Khayyat, líder desse movimento. "Partidários de Al-Sadr armados com pistolas e revólveres vieram tentar tirar nossas barracas", afirmou.
À tarde, os confrontos continuavam. Barracas foram incendiadas e uma grande desordem reinava em Habubi. "As forças de segurança não fizeram seu trabalho, deixando agirem grupos armados que queriam atacar Habubi", criticou no Twitter Asaad al-Naseri, antigo líder do campo de Al-Sadr, que desertou.
Fontes médicas indicaram à AFP que 51 pessoas ficaram feridas, nove delas baleadas, e quatro morreram.
- Aniversário de um massacre -
Nassiriya teve papel de destaque durante uma revolta lançada em outubro de 2019, que pedia uma mudança total da classe política e manteve dezenas de milhares de manifestantes nas ruas durante meses. A cidade foi palco, em 28 de novembro de 2019, de uma jornada sangrenta, em que as forças de segurança mataram dezenas de manifestantes, causando indignação no país.