INTERNACIONAL

Coronavírus: Europa caminha para desconfinamento progressivo

Em ordem dispersa e, às vezes, de forma polêmica, os europeus iniciam um desconfinamento que promete ser particularmente complexo, ao ritmo de uma epidemia planetária de coronavírus ainda longe de ser interrompida

AFP
27/04/2020 às 09:21.
Atualizado em 31/03/2022 às 02:05

Em ordem dispersa e, às vezes, de forma polêmica, os europeus iniciam um desconfinamento que promete ser particularmente complexo, ao ritmo de uma epidemia planetária de coronavírus ainda longe de ser interrompida.

Até o momento, a pandemia deixou quase 205.000 mortos para três milhões de infectados em todo mundo, segundo uma compilação feita pela AFP com base em dados oficiais. A COVID-19 se desacelera, porém, nos quatro países europeus mais afetados, com os últimos balanços diários em queda.

Uma recuperação que é consequência das severas restrições de movimento impostas há mais de um mês, e que vários países se preparam para levantar gradualmente, ou que já reduziram, principalmente pela reabertura de certos estabelecimentos.

A Noruega reabriu as escolas nesta segunda-feira. Uma semana após as creches e jardins de infância, é a vez de as crianças de seis a dez anos encontrarem seus assentos escolares, em classes reduzidas a 15 alunos.

Na escola Levre de Baerum, na periferia de Oslo, flores pintadas no chão na entrada do edifício marcam a distância a ser respeitada. Pendurados nas portas, cartazes dão boas-vindas às crianças.

"Prazer em vê-lo novamente", proclamam.

No desenho de uma criança representando um arco-íris, a inscrição "Alt blir bra" em letras maiúsculas: "tudo ficará bem" em norueguês.

Os suíços poderão voltar ao cabeleireiro, com a reabertura de alguns negócios nesta segunda-feira, sujeitos ao respeito das medidas de barreira. Também na Alemanha e na Áustria, grande parte das lojas reabriu nos últimos dias, com recomendações de "distanciamento social" e máscaras em espaços públicos.

Elogiada até agora pela eficácia de sua resposta muito firme à epidemia, a chanceler alemã, Angela Merkel, vê o consenso da opinião pública rachar, e as críticas aumentam sobre a lentidão de um deconfinamento excessivamente progressivo, segundo alguns.

Na Espanha, depois de seis semanas trancados em casa, os pequenos espanhóis puderam, a partir de domingo, voltar a brincar na rua, com um certo número de restrições. O confinamento foi prorrogado até 9 de maio, e o governo apresentará seu plano de desconfinamento na terça-feira. A pandemia matou 331 pessoas nas últimas 24 horas.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, também divulgará nesta terça sua "estratégia do plano de desconfinamento", que deve começar em 11 de maio, com uma reabertura gradual, mas controversa, das escolas.

A Itália deve detalhar esta semana as medidas que planeja iniciar a partir de 4 de maio, mas já se sabe que as escolas permanecerão fechadas até setembro.

Ainda não há, porém, desconfinamento na agenda do Reino Unido. A curva da epidemia "começa a se reverter", mas os britânicos devem continuar a respeitar as medidas de confinamento, disse o primeiro-ministro Boris Johnson, ele próprio atingido pelo vírus, e que retornava nesta segunda-feira ao comando do governo.

Johnson disse que entende a "impaciência" da população e prometeu decisões "nos próximos dias".

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