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Coronavírus faz disparar o interesse pelo ouro

O ouro é um tradicional valor de refúgio, muito apreciado pelos investidores em momentos de crise. E durante a pandemia de coronavírus, com enormes efeitos na economia, marcas especializadas na venda física do metal precioso não conseguem acompanhar os pedidos

AFP
25/03/2020 às 09:06.
Atualizado em 31/03/2022 às 06:44

O ouro é um tradicional valor de refúgio, muito apreciado pelos investidores em momentos de crise. E durante a pandemia de coronavírus, com enormes efeitos na economia, marcas especializadas na venda física do metal precioso não conseguem acompanhar os pedidos.

Tanto é assim que os clientes com pressa podem ter dificuldade em obter barras de ouro, pelo menos no curto prazo.

"O telefone não para de tocar e os pedidos dispararam", disse à AFP Alessandro Soldati, diretor da Gold Avenue, distribuidor oficial do grupo Pamp, líder mundial em metais preciosos.

Em três semanas, com a disseminação da pandemia, a companhia superou o número de vendas realizadas no último trimestre de 2019.

A maioria dos pedidos é feita on-line, "temos todas as ferramentas para atender a essa demanda crescente", assegura Omar Liess, presidente do conselho da empresa, com sede na Suíça.

No momento, a principal dificuldade é a logística para garantir as entregas, pois muitos voos foram cancelados. No entanto, os clientes têm a possibilidade de guardar moedas e barras em cofres, já que empresas especializadas na venda de ouro costumam oferecer soluções de armazenamento.

Aqueles que preferem guardar o metal dourado em casa devem ser pacientes.

"Devido ao volume de pedidos, os prazos de entrega são superiores a 15 dias úteis", diz a empresa JM Bullion, com sede nos Estados Unidos, em seu site.

Essa forte demanda "tem um impacto positivo (para a empresa), mas também negativo, com atrasos nas entregas no Reino Unido", explicou à AFP Liam Sheasby, chefe de marketing e mídia da BullionByPost.

No momento, não há escassez de ouro, com exceção das moedas recém-cunhadas, impossíveis de encontrar há 48 horas e cuja existência é "limitada" em comparação com outros produtos mais caros, explica Laurent Schwartz, diretor da Comptoir National de l"Or. Mas, a longo prazo, a situação pode ser complicada.

"Toda a indústria é afetada", enfatiza Liess.

Várias refinarias tiveram que interromper a atividade.

Na Suíça, Pamp, Valcambi e Argor-Heraeus, três refinarias que representam cerca de um terço da produção mundial, tiveram que ser temporariamente fechadas a pedido das autoridades.

E o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa impôs um confinamento rigoroso por três semanas na segunda-feira no país, o principal produtor de ouro do continente e o mais afetado pela pandemia de coronavírus na África subsaariana.

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