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Coronavírus mergulha Alemanha na recessão

A Alemanha entrou tecnicamente em recessão no primeiro trimestre de 2020, com uma queda de 2,2% do PIB, devido ao novo coronavírus - anunciou o escritório federal de estatística Destatis nesta sexta-feira (15)

AFP
15/05/2020 às 12:26.
Atualizado em 30/03/2022 às 01:00

A Alemanha entrou tecnicamente em recessão no primeiro trimestre de 2020, com uma queda de 2,2% do PIB, devido ao novo coronavírus - anunciou o escritório federal de estatística Destatis nesta sexta-feira (15).

A economia alemã registrou dois trimestres consecutivos com retrocesso do PIB. O instituto Destatis estima que, no quarto trimestre de 2019, o PIB alemão se situou em -0,1%.

Ainda conforme o Destatis, a economia alemã registra "seus piores resultados desde a crise econômica" de 2008/2009 e "seu segundo pior resultado desde a reunificação" em 1990.

As medidas para conter a pandemia começaram no início de março, sugerindo resultados ainda mais negativos no segundo trimestre.

"Agora sabemos oficialmente o que custa um confinamento: em torno de 1%-2% (do PIB) por semana", comentou Jens-Oliver Niklash, economista da LBBW.

"E é apenas o começo", resumiu o economista Carsten Brzeski, do banco ING, que também prevê um segundo trimestre nefasto.

"As consequências da pandemia neste trimestre são graves", disse Albert Braakman, do Destatis, à imprensa.

Em ritmo anual, o PIB caiu 2,3%, de acordo com os dados corrigidos, ou seja, é a queda mais grave desde o segundo trimestre de 2009, no momento mais forte da crise financeira.

Para o segundo trimestre deste ano, os especialistas estimam que o PIB alemão possa cair 10% ao ano, algo nunca visto em 50 anos.

Como a maioria dos países europeus, a economia alemã sofreu um impacto forte e complexo, devido à pandemia. O confinamento paralisou vários setores, reduziu as trocas comerciais e reduziu o consumo.

Em 2020, a queda será de 6,3%, segundo cálculos do governo, ou seja, o pior resultado desde 1970.

Pilar do modelo econômico alemão, a indústria exportadora sofre especialmente após já ter sido atingida em 2019 pelas tensões comerciais e pelas preocupações derivadas do Brexit.

Em março, a produção industrial caiu 9,2% em um mês, algo que não se via desde 1991, apontou o Destatis.

O setor automotivo está arrasado. O emplacamento de veículos despencou 37,7% em março, em números anuais. Em abril, a Alemanha produziu 97% a menos automóveis do que há um ano.

Também foram afetados os conglomerados industriais. Thyssenkrupp e Siemens, por exemplo, registraram queda da demanda de vários setores.

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