INTERNACIONAL

Coronavírus transforma Petra em cidade fantasma

A antiga cidade de Petra, visitada por milhares de turistas todos os anos, está vazia desde que as autoridades da Jordânia decretaram o confinamento para combater o coronavírus

AFP
14/06/2020 às 13:07.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:47

A antiga cidade de Petra, visitada por milhares de turistas todos os anos, está vazia desde que as autoridades da Jordânia decretaram o confinamento para combater o coronavírus.

Os últimos turistas abandonaram o local em 16 de março, um dia antes de o país fechar suas fronteiras.

"É a primeira vez que vejo este lugar tão vazio. Normalmente há milhares de turistas", diz Nayef Hilalat, de 42 anos, que trabalha como guarda neste sítio arqueológico há uma década.

Petra, considerada uma das sete maravilhas do mundo e incluída na lista do patrimônio mundial da UNESCO desde 1985, foi a capital do antigo reino nabateu, construída pelo menos 200 anos antes de nossa era.

Com o passar do tempo, tornou-se uma das maiores atrações turísticas do país e da região.

A imensa cidade está localizada em um vale profundo, entre o Mar Vermelho, ao sul, e o Mar Morto, ao norte.

Cerca de 200 guias turísticos, assim como 1.500 proprietários de cavalos e burros, ficaram sem trabalho.

Uma "catástrofe", segundo Naim Nawafleh, de 55 anos, guia turístico em Petra há 30 anos.

A Jordânia recebe anualmente cerca de cinco milhões de turistas. O turismo representa 14% de seu PIB, além de empregar cerca de 100.000 pessoas.

Nawafleh, pai de seis filhos, costumava ganhar US$ 70 por dia.

"Antes, o número de visitantes variava de acordo com os problemas na região. Mas agora não há turista. Isso nunca aconteceu antes", lamenta.

A Jordânia já estava em situação precária antes da pandemia, com um desemprego de 19,3% no primeiro trimestre de 2020. Como não possui petróleo como seus vizinhos, o país optou pelo turismo.

Petra, um enorme sítio arqueológico de 264.000 metros quadrados ao sul de Amã, recebeu no ano passado uma quantidade recorde de 1,13 milhão de visitantes, um milhão deles estrangeiros, disse Suleiman Al Farajat, chefe de turismo e desenvolvimento do local.

Cerca de 80% das 38.000 pessoas que vivem na região, em sua maioria beduínos nômades, dependem direta ou indiretamente do turismo, afirma.

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