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Corpos do embaixador italiano e de seu segurança são repatriados da RDC

Os corpos do embaixador italiano Luca Attanasio e de seu segurança Vittorio Iacovacci, assassinados em um ataque no leste da República Democrática do Congo (RDC), foram repatriados nesta terça-feira (23) de Goma para a Itália, observaram jornalistas da AFP

AFP
23/02/2021 às 14:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:30

Os corpos do embaixador italiano Luca Attanasio e de seu segurança Vittorio Iacovacci, assassinados em um ataque no leste da República Democrática do Congo (RDC), foram repatriados nesta terça-feira (23) de Goma para a Itália, observaram jornalistas da AFP.

Os corpos chegaram em caixas metálicas em veículos da Missão das Nações Unidas na RDC (Monusco), e foram colocados em um galpão envolvidos na bandeira italiana.

Antes, as autoridades provinciais e militares de Kivu Norte se reuniram diante dos corpos em uma cerimônia sóbria e moderada, informou a Presidência da RDC.

Em Kinshasa, o presidente Félix Tshisekedi e sua esposa Denise Nyakeru foram para a residência do embaixador fazer uma "visita de luto" à sua viúva e seus três jovens filhos.

As autoridades congolesas acusaram na segunda-feira os rebeldes das Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR) que opera há cerca de 20 anos na região pelo assassinato na dos dois italianos e um motorista congolenho, Mustafa Milambo, nessa perigosa região do leste do país.

Mas os rebeldes rejeitaram as acusações nesta terça em comunicado e as transferiram para os exércitos congolês e ruandês, enquanto surgem mais detalhes do ataque.

Attanasio, de 43 anos, morreu junto a Iacovacci e o motorista na segunda-feira em uma emboscada a um comboio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), perto de Goma.

Tshisekedi classificou o ataque como "terrorista".

"O comboio do embaixador foi atacado em uma zona denominada "três antenas", perto de Goma, na fronteira com Ruanda, perto de uma posição das FARDC (Forças Armadas da RDC) e de militares ruandeses das Forças de Defesa de Ruanda", afirma o comunicado das FDLR.

"A responsabilidade por este assassinato vil deve ser procurada nas fileiras dos dois exércitos e de seus patrocinadores, que formaram uma aliança não natural para perpetuar o saque do leste da RDC", acusam as FDLR.

Por isso, os rebeldes hutus ruandeses "exigem" que as autoridades congolesas e a MONUSCO (a missão da ONU na RDC) esclareçam as responsabilidades do assassinato, "ao invés de recorrer a acusações precipitadas".

As FDLR foram criadas no início dos anos 2000 por rebeldes hutus ruandeses, alguns dos quais participaram do genocídio dos tutsis de abril a julho de 1994 na vizinha Ruanda, antes de se refugiarem no leste da RDC.

O comboio foi emboscado a três quilômetros de seu destino por seis desconhecidos, armados com cinco armas do tipo AK-47 e um facão, segundo a presidência congolesa.

"Eles dispararam para o alto e obrigaram os ocupantes dos veículos a sair e a segui-los até o parque (de Virunga), depois de abaterem um dos motoristas, para gerar pânico", acrescentou a presidência.

Alertados, guardas florestais e soldados congoleses presentes nas redondezas começaram a perseguir os agressores. "A 500 metros (do local do ataque) os sequestradores atiraram à queima-roupa contra o guarda-costas, que morreu no local, e contra o embaixador, ferindo-o no abdômen", segundo a mesma fonte.

Luca Attanasio "morreu devido aos ferimentos" depois de ser transferido para um hospital de Goma, disse à AFP uma fonte diplomática em Kinshasa.

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