INTERNACIONAL

Corticoide reduz mortalidade entre pacientes mais graves de COVID-19

Um medicamento demonstrou pela primeira vez que melhora a sobrevida em pacientes com COVID-19: barato e de fácil acesso, o corticoide dexametasona reduz a mortalidade nos pacientes mais graves, de acordo com pesquisadores britânicos

AFP
16/06/2020 às 14:18.
Atualizado em 27/03/2022 às 17:05

Um medicamento demonstrou pela primeira vez que melhora a sobrevida em pacientes com COVID-19: barato e de fácil acesso, o corticoide dexametasona reduz a mortalidade nos pacientes mais graves, de acordo com pesquisadores britânicos.

"A dexametasona reduz as mortes em um terço em pacientes sob ventilação artificial", disseram em um comunicado os responsáveis pelo grande ensaio clínico Recovery.

Segundo eles, "para cada grupo de oito pacientes submetidos à ventilação artificial, uma morte foi evitada", graças a este corticoide.

Pouco depois do anúncio, o governo britânico disse que o tratamento será usado imediatamente para tratar os pacientes afetados.

"A dexametasona é barata, já está no mercado e pode ser usada imediatamente para salvar vidas em todo mundo", disse um dos responsáveis pelo Recovery, professor Peter Horby, da Universidade de Oxford.

"O benefício em termos de sobrevivência é significativo em pacientes doentes o suficiente para precisarem de oxigênio, para os quais a dexametasona agora deve se tornar o tratamento básico", afirmou.

Em um vídeo postado em sua conta no Twitter, o ministro da Saúde, Matt Hancock, disse que o Reino Unido tem 200.000 tratamentos prontos para uso armazenados desde março.

Este medicamento já é usado em muitas indicações por seus poderosos efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores.

"Este é um grande passo na busca de novas maneiras de tratar pacientes com COVID", declarou o professor Stephen Powis, diretor médico do NHS, o serviço público de saúde britânico.

De fato, como apontado pelos responsáveis do Recovery, "a dexametasona é o primeiro medicamento observado que melhora a sobrevida em caso de COVID-19".

Um medicamento de outra família, o antiviral remdesivir, demonstrou alguma eficácia em acelerar a recuperação de pacientes hospitalizados com COVID-19. O anúncio foi feito oficialmente no final de abril pelas autoridades americanas.

No entanto, o remdesivir não conseguiu provar que evitava mortes.

Nesta fase, apesar de uma infinidade de pistas, nenhum outro tratamento teve resultados convincentes.

No início de junho, o mesmo ensaio Recovery concluiu que a hidroxicloroquina, sobre a qual alguns países têm grandes esperanças, não tinha efeito benéfico contra a COVID-19.

Essa descoberta levou as autoridades de saúde americanas a retirarem na segunda-feira a autorização emergencial de uso da hidroxicloroquina contra a COVID-19, bem como um medicamento intimamente relacionado, a cloroquina, que já fora defendida pelo presidente Donald Trump.

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