COVID-19: crescem denúncias sobre omissão de mortes de idosos no Reino Unido

Representantes de lares britânicos para idosos e membros da nobreza que defendem pessoas em situação vulnerável denunciaram, nesta terça-feira (14), as várias mortes provocadas pelo coronavírus e que estariam sendo ignoradas nos balanços oficiais.

Os idosos são "abandonados como cordeiros em uma hecatombe", denunciou hoje em um artigo de opinião no "Daily Mail" a baronesa Ros Altmann - que há décadas defende esse grupo etário - e apontou as "mortes ocultas".

No Reino Unido, a pandemia já causou mais de 11.000 mortes em hospitais, mas o balanço diário divulgado pelo Ministério da Saúde exclui os óbitos em lares para idosos.

O conselheiro médico do governo, Chris Witty, estimou que uma em cada sete residências de idosos no Reino Unido registrou casos de COVID-19.

Em uma carta enviada ontem ao ministro da Saúde, várias associações se disseram alarmadas com a situação.

"Temos uma necessidade urgente de testes de detecção e de equipamentos protetores para serem usados em residências de idosos", defenderam.

Um balanço publicado hoje, com dados de até dez dias atrás, aponta que, somente em 3 de abril, a pandemia causou a morte de 217 pessoas em lares para idosos. Diferentes fontes afirmam que o número acumulado de óbitos seria pelo menos 15% superior ao divulgado.

Segundo dados coletados por uma equipe da London School of Economics em cinco países europeus (Itália, Espanha, Irlanda, Bélgica e França), entre 42% e 57% de todas as mortes relacionadas ao vírus são em lares para idosos.

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