INTERNACIONAL

Covid-19 lota funerárias em Portugal

Artur Palma, gerente da casa funerária Velhinho, em Amadora, na zona oeste de Lisboa, atende a um novo telefonema

AFP
30/01/2021 às 15:14.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:23

Artur Palma, gerente da casa funerária Velhinho, em Amadora, na zona oeste de Lisboa, atende a um novo telefonema. Do outro lado da linha, uma casa de repouso próxima, onde um dos inquilinos morreu de covid-19.

Sem demora, seu funcionário José Santos se equipa seguindo à risca as novas normas sanitárias: traje de proteção, luvas e máscara cirúrgica, para evitar qualquer contágio.

Diante da explosão do número de mortes relacionadas à covid-19 em uma virulenta terceira onda da pandemia em Portugal, as casas funerárias estão à beira do colapso e redobram a vigilância em matéria de segurança sanitária.

Segundo dados coletados pela AFP, Portugal é atualmente o país mais afetado no mundo pela covid-19, em proporção a sua população de 10 milhões de habitantes.

Até o momento, o balanço total da pandemia chega a mais de 12.000 mortes, das quais quase a metade ocorreu desde o início do ano.

Em 15 de janeiro, o país foi submetido a um segundo bloqueio geral. Atualmente, a Velhinho faz entre três e quatro atendimentos por semana a asilos devido ao coronavírus.

O número de mortos triplicou em relação a janeiro do ano passado, explica José Santos, ao volante do carro funerário.

Na casa de repouso, o corpo é colocado em uma bolsa mortuária antes de ser transportado em uma maca para o veículo da funerária.

"Tem que ser assim agora, com as medidas de segurança e higiene, agora vamos para as nossas instalações para fazer o resto", diz o jovem de 62 anos.

Na casa funerária, a fase de preparação continua em uma garagem, em meio a pilhas de novos caixões de madeira ornamentada.

Artur Palma e José Santos completam seus equipamentos com proteções médicas para calçados, óculos especiais, aventais e máscaras.

Durante a preparação dos corpos, os dois homens abrem primeiro a tampa do caixão e colocam o corpo envolto em um lençol.

Nenhum tratamento é praticado devido aos riscos de contágio. Em vez disso, tudo é pulverizado com desinfetante.

Em seguida, vem a fase de selagem. Também neste caso, as medidas de higiene são reforçadas. Depois de fechar o caixão, bordas são cobertas com uma longa fita adesiva e envolvidas com várias camadas de celofane.

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