INTERNACIONAL

Cresce a percepção de corrupção na Venezuela, países da América Central e EUA

Venezuela, Estados Unidos e vários países centro-americanos são vistos como cada vez mais corruptos, de acordo com o relatório anual da organização Transparência Internacional publicado nesta quinta-feira (28), que detalha o impacto desse flagelo nos sistemas de saúde em meio a uma pandemia

AFP
28/01/2021 às 10:22.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:12

Venezuela, Estados Unidos e vários países centro-americanos são vistos como cada vez mais corruptos, de acordo com o relatório anual da organização Transparência Internacional publicado nesta quinta-feira (28), que detalha o impacto desse flagelo nos sistemas de saúde em meio a uma pandemia.

Desde 1995, o Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional coleta a opinião que várias organizações e instituições têm do setor público de cada país, classificando as 180 nações analisadas de 0 a 100.

Dinamarca (88), Nova Zelândia (88) e Finlândia (85) são os países que se saem melhor no estudo, um pódio imutável desde 2012.

Por outro lado, Síria (14), Somália (12) e Sudão do Sul (12) são os países com as maiores taxas de corrupção. A média mundial deste ranking é 43.

Na América Latina, Venezuela (15), Haiti (18) e Nicarágua (22) são os países onde a corrupção está mais presente, enquanto Uruguai (71) e Chile (67) continuam sendo os melhores alunos do continente desde 2012.

Com 38 pontos, o Brasil permanece estagnado em patamar ruim, abaixo da média dos BRICS (39), da média regional para a América Latina e o Caribe (41) e ainda mais distante da média dos países do G20 (54) e da OCDE (64).

No caso da Venezuela, é o quinto país com o sistema mais corrupto do mundo e sua pontuação não para de piorar desde 2013.

A TI concentrou seu relatório de 2020 no impacto que a corrupção teve na gestão da pandemia de coronavírus. Os países com níveis mais altos de corrupção dedicam menos recursos à saúde, o que afeta os serviços públicos essenciais.

A Venezuela perdeu para a corrupção "pelo menos 5 bilhões de dólares nas últimas duas décadas, o que afeta diretamente a saúde dos venezuelanos", disse à AFP Luciana Torchiaro, chefe da TI para a América Latina.

Por sua vez, a percepção da corrupção pública nos Estados Unidos (67) também piora, e o relatório da TI atribui ao país sua menor pontuação desde 2012.

A ONG aponta em particular os obstáculos que o governo de Donald Trump colocou para supervisionar os quase 900 bilhões de dólares destinados a lutar contra os efeitos da covid-19.

"A Covid-19 não é apenas uma crise de saúde e econômica: é uma crise de corrupção. E não a estamos superando", disse Delia Ferreira Rubio, presidente da TI, citada no relatório.

De acordo com um relatório publicado pela TI em 2019, a corrupção no mundo custa aos sistemas de saúde pública US$ 500 bilhões a cada ano.

Do outro lado aparece o Uruguai, que, segundo o relatório da TI, tem o "maior investimento em saúde da região", o que lhe permite ter "um bom sistema de monitoramento epidemiológico que tem ajudado muito no enfrentamento da covid-19".

A ONG também se concentra na América Central. Na Nicarágua (22), a percepção da corrupção piorou em sete pontos desde 2012 e é a terceira pior do continente americano.

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