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Crise do coronavírus, uma oportunidade para o setor tecnológico e serviços

As consequências econômicas da pandemia de coronavírus, que afundaram as bolsas de valores e ameaçam uma recessão global, podem ser uma oportunidade para setores como tecnologia, vendas ou serviços on-line

AFP
22/03/2020 às 11:38.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:11

As consequências econômicas da pandemia de coronavírus, que afundaram as bolsas de valores e ameaçam uma recessão global, podem ser uma oportunidade para setores como tecnologia, vendas ou serviços on-line.

Com quase um bilhão de pessoas confinadas no mundo, a população utiliza cada vez mais o comércio digital e todos os tipos de serviços que até então desconheciam.

"Acredito que alguns aspectos do trabalho e da organização mudarão definitivamente quando a situação atual acabar", diz Sally Maitlis, professora de comportamento organizacional da Said Business School, da Universidade de Oxford.

"As pessoas descobrirão que podem trabalhar e se comunicar de uma maneira que, até agora, nunca haviam imaginado. Isso as forçará a se sentirem mais confortáveis com a tecnologia", explica Maitlis.

Grandes empresas de comércio na Internet estão registrando um aumento significativo de pedidos, à medida que as pessoas confinadas em suas casas compram produtos essenciais.

Inicialmente, as ações de gigantes como Walmart e Amazon afundaram em 16 de março, um dia sombrio para os mercados mundiais, mas depois se recuperaram (mais de 25% no caso do Walmart).

"Vimos um aumento nas compras on-line e, como resultado, alguns produtos, como de limpeza e suprimentos médicos, esgotaram-se", afirmou a Amazon.

Por seu lado, pequenos comércios independentes estão sofrendo com a crise, diz Mike Cherry, presidente da Federação Britânica de Pequenas Empresas.

"Os tempos são muito difíceis para os pequenos comércios do país. As cadeias de suprimentos preocupam porque a frequência continua caindo. As perspectivas para esses negócios, nas próximas semanas, são cada vez mais sombrias", garante.

Diante do aumento exponencial da demanda, grandes empresas do setor de "streaming", como Netflix ou Google (proprietário do YouTube), reduziram sua velocidade de transmissão para não saturar a Internet na Europa, o novo epicentro da pandemia.

Em todo o planeta, o uso dessas plataformas aumentou 20% no último final de semana, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

No sentido contrário, as grandes cadeias de cinemas sofrem uma queda sem precedentes de público. Algumas estão fechadas para impedir a propagação do vírus.

Nos Estados Unidos, as ações dos grupos Cinemark e AMC Entertainment caíram 60% em relação a janeiro e fevereiro.

O setor aéreo é um dos mais afetados pelas consequências econômicas do coronavírus e algumas empresas estão à beira da falência.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) previu na quinta-feira que as companhias aéreas precisam de US$ 200 bilhões em ajuda de emergência.

"A crise (...) é muito mais séria e generalizada do que o 11 de setembro de 2001, a epidemia de SARS [em 2002 e 2003] ou a crise financeira global de 2008", alertou o diretor geral da IATA, Alexandre de Juniac.

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