A renúncia, nesta quarta-feira (13), de duas ministras do gabinete chefiado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, provocou uma crise no governo italiano em plena pandemia do novo coronavírus
A renúncia, nesta quarta-feira (13), de duas ministras do gabinete chefiado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, provocou uma crise no governo italiano em plena pandemia do novo coronavírus.
As renúncias da ministra da Agricultura, Teresa Bellanova, e da titular da Igualdade, Elena Bonetti, integrantes do partido Itália Viva, do ex-premier Matteo Renzi, representam uma ameaça para o governo, que perde apoio deste pequeno, mas decisivo, partido para manter a maioria no Parlamento.
A renúncia foi anunciada durante coletiva de imprensa por Renzi, que há algumas semanas lança ataques, vetos, e ultimatos internos a Conte, que lidera uma coalizão entre os antissistema do Movimento 5 Estrelas (M5E), o Partido Democrático de centro-esquerda (PD) e o esquerdista Livres e Iguais (LeU).
A crise do governo deixa a Itália sem leme em meio a uma pandemia que até agora matou mais de 80.000 pessoas e mergulhou a economia na pior recessão do pós-guerra.
Renzi criticou Conte por sua gestão da pandemia, tachada de solitária, assim como do plano de reconstrução do país para o gastos de recursos concedidos pela União Europeia (mais de 200 bilhões de euros ou 240 bilhões de dólares), adotado na véspera e que as ministras se abstiveram de aprovar.
"Não permitiremos que ninguém na Itália tenha plenos poderes. Isto significa que governar com decretos-lei, que por sua vez se transformam em outros decretos-leis (...), como ocorre há meses, é uma violação das regras do jogo. Exigimos respeito às regras democráticas", afirmou Renzi.
"Mas, não temos preconceitos nem propomos outras fórmulas" de governo, acrescentou Renzi, uma mensagem indireta para indicar que é a favor de um novo gabinete chefiado por Conte, após descartar qualquer aliança com a ultradireita de Matteo Salvini.
kv/eg/mvv