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Deliveroo, avaliada em £ 7,6 bilhões para seu IPO em Londres

A empresa britânica de entrega de comida Deliveroo fará na quarta-feira (31) o maior IPO em 10 anos em Londres, com avaliação de 7,6 bilhões de libras (10,5 bilhões de dólares), em meio a questionamentos sobre seu modelo econômico e a precarização do trabalho de seus entregadores

AFP
30/03/2021 às 10:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:25

A empresa britânica de entrega de comida Deliveroo fará na quarta-feira (31) o maior IPO em 10 anos em Londres, com avaliação de 7,6 bilhões de libras (10,5 bilhões de dólares), em meio a questionamentos sobre seu modelo econômico e a precarização do trabalho de seus entregadores.

O IPO da Deliveroo, inicialmente reservado aos profissionais, foi estabelecido em 3,90 libras por ação, representando uma avaliação de 7,6 bilhões de libras, informou nesta terça à AFP uma fonte próxima ao grupo.

Os especialistas previam uma avaliação inicial de até 8,8 bilhões de libras.

A empresa britânica, fundada em 2013 e conhecida por seu aplicativo móvel que permite pedir comida em restaurantes e recebê-la em casa, fará seu IPO, o mais esperado do momento na City, na quarta, mas as compras serão abertas ao público em geral apenas em 7 de abril.

Mas este momento de entrada no mercado - que costuma ser a ocasião para uma empresa se apresentar da melhor maneira possível - foi ofuscado por uma onda de descontentamento trabalhista.

Nos últimos dias, várias greves e manifestações, embora de tamanho limitado, ocorreram no Reino Unido, França e Austrália.

O sindicato britânico de trabalhadores autônomos, o IWGB, organiza uma ação em 7 de abril.

E o jogador de futebol do Manchester United Marcus Rashford, que se tornou porta-voz da luta contra a pobreza infantil, até marcou uma reunião com os diretores da Deliveroo, empresa que apoia sua fundação.

Todos denunciam as precárias condições de trabalho dos entregadores, que são reconhedidos pelas imponentes mochilas cor turquesa que carregam nas suas pedaladas pelas ruas.

A maioria são homens jovens, autônomos e símbolos da "gig economy", ou economia de empregos precários, na qual as plataformas digitais se apoiam para prosperar.

Mas a tendência está começando a mudar: a Suprema Corte britânica recentemente forçou a gigante Uber a conceder salário mínimo e férias remuneradas aos seus motoristas no Reino Unido.

Já a Deliveroo garante que seus entregadores buscam flexibilidade e recebem em média mais de 10 libras por hora.

No entanto, um estudo da IWGB observa que os salários podem ser tão baixos quanto 2 libras por hora, como no caso de um entregador no norte da Inglaterra.

A empresa, que emprega 2.000 pessoas, trabalha com 115.000 restaurantes em 800 cidades ao redor do mundo e tem cerca de 100.000 entregadores.

A viabilidade de seu modelo de negócios agora preocupa até os investidores mais influentes da City.

Assim, vários gigantes da gestão de ações, como Aberdeen Standard e Aviva Investors, cada um com centenas de bilhões de libras, não estão dispostos a investir neste grupo, citando o mau exemplo de suas práticas sociais.

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