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Demissões continuam nos EUA sem acordo político para um um novo plano de ajuda econômica

O número de trabalhadores inscritos pela primeira vez ao seguro-desemprego se estibilizou em 884.000 e mostrou que três meses depois do início da pandemia as demissões continuam a ocorrer nos EUA, ao mesmo tempo em que o Senado recusou a proposta republicana para um novo plano de ajuda econômica

AFP
10/09/2020 às 17:02.
Atualizado em 25/03/2022 às 02:25

O número de trabalhadores inscritos pela primeira vez ao seguro-desemprego se estibilizou em 884.000 e mostrou que três meses depois do início da pandemia as demissões continuam a ocorrer nos EUA, ao mesmo tempo em que o Senado recusou a proposta republicana para um novo plano de ajuda econômica.

O projeto republicano de criar um plano estimado em US$ 500 bilhões estava fadado ao fracasso, já que os democratas sugeriam um programa de estímulo de mais US$ 3 trilhões para aliviar a crise gerada pela pandemia no país com o maior número de mortes ocasionadas pela doença do mundo, registrando 190.873 vítimas.

A menos de dois meses de uma eleição muito acirrada, na qual Donald Trump tenta derrotar o rival democrata Joe Biden, as relações entre os republicanos que controlam o Senado e os democratas que lideram a Câmara estão estagnadas, deixando a situação dos desempregados à deriva.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Ministério do Trabalho, os novos pedidos de seguro-desemprego recebidos entre 30 de agosto e 5 de setembro continuaram com o mesmo número, contabilizados em 884 mil solicitações.

Esses números estão acima das expectativas dos analistas, que projetavam 813 mil pedidos, e mostram que 29,6 milhões de pessoas recebem seguro-desemprego ou algum tipo de auxílio por falta de trabalho em decorrência da pandemia.

"Os dados dos pedidos são decepcionantes. Os níveis permanecem extraordinariamente altos", afirmou Rubeela Farooqui, economista-chefe da High Frequency Economics.

"É especialmente preocupante que o ritmo das demissões não tenha diminuído mais, mesmo com a reabertura da economia e com mais empresas tendo voltado aos negócios de forma virtual".

O choque da pandemia levou a taxa de desemprego de um nível historicamente baixo, passando de 3,5% em fevereiro para 14,7% em abril.

Em seguida, as estatísticas começaram a diminuir gradativamente e em agosto caiu para o nível de dois dígitos, chegando a 8,4%.

No entanto, o mercado perdeu 11,5 milhões de empregos frente a fevereiro.

Os democratas reagiram atacando a gestão de Trump na pandemia e destacando que o presidente inicialmente diminuiu o tamanho do perigo. Essa questão ressurgiu no debate na última quarta-feira, quando o renomado jornalista Bob Woodward revelou que o presidente minimizou publicamente a ameaça do novo vírus, de forma a evitar o pânico.

"Agora já fazem 25 semanas consecutivas nas quais mais trabalhadores solicitam mais o seguro-desemprego em cada semana individual do que em qualquer momento da Grande Recessão", lamentou o presidente do Comitê Nacional Democrata e ex-secretário do Departamento de Trabalho, Tom Perez.

Para Perez, as revelações de quarta-feira "confirmam o que era óbvio desde o início: Donald Trump sabia que o vírus era extremamente perigoso".

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