INTERNACIONAL

Desafios na negociação comercial pós-Brexit entre Londres e europeus

Vários pontos de atrito podem desacelerar, ou até atrapalhar, as discussões que União Europeia (UE) e Reino Unido devem começar, na próxima segunda-feira (2), em busca de um acordo global pós-Brexit

AFP
27/02/2020 às 14:48.
Atualizado em 07/04/2022 às 09:21

Vários pontos de atrito podem desacelerar, ou até atrapalhar, as discussões que União Europeia (UE) e Reino Unido devem começar, na próxima segunda-feira (2), em busca de um acordo global pós-Brexit.

Em tese, um acordo deve estar concluído até o fim de 2020.

Nesta quinta-feira (27), o governo britânico publicou um documento completo com suas diretrizes de negociação. No texto, Londres rejeita se alinhar às regras da UE e adverte que poderá deixar a negociação, se não houver avanços até junho.

Confira abaixo os principais desafios que se terá pela frente, considerando-se o cenário atual:

É um dos aspectos mais espinhosos das negociações.

A UE teme que Londres desregule sua economia, minando a europeia. Por isso, considera indispensável "compromissos sólidos para garantir condições justas de concorrência".

Na mira, estão subsídios estatais, concorrência, empresas pública, normas sociais e trabalhistas, normas ambientais, mudança climática e questão tributária.

Em relação às ajudas do Estado, a UE pede, inclusive, que as regras europeias sejam aplicadas ao Reino Unido. Londres deixou claro, porém, que "não negociará nenhum acordo, em que o Reino Unido não tenha controle de suas próprias leis".

A UE também quer se reservar o direito de "aplicar medidas provisórias" para "reagir rapidamente" a eventuais infrações do Reino Unido neste âmbito.

Para o governo britânico, ambas as partes devem, basicamente, "comprometer-se a evitar" uma "distorção do comércio" e "manter normas elevadas".

O negociador-chefe europeu para o Brexit, Michel Barnier, condiciona a conclusão de uma associação comercial com o Reino Unido a um acordo sobre a pesca.

Para oito países do bloco, entre eles França e Dinamarca, manter o acesso às águas territoriais britânicas é indispensável e vital para seus pescadores.

O mandato de negociação da UE destaca que o acordo deve "manter condições de acesso recíprocas".

O Reino Unido prometeu, porém, que "se transformará em um Estado costeiro independente até o fim de 2020", insistindo em que "qualquer acordo deve refletir esta realidade".

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